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Bombeiros do Seixal em risco de fechar por não conseguirem pagar dívida

01 nov, 2017 - 13:50

Tribunal não aceitou plano de pagamento. O Ministério da Administração Interna vai reunir-se com Associação Humanitária de Bombeiros Mistos do Concelho do Seixal.

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Mais de 100 mil pessoas podem ficar sem socorro se os bombeiros do Seixal fecharem portas. A corporação tem uma dívida de cerca de oito milhões de euros para pagar, mas o tribunal responsável pelo caso tem rejeitado o plano de pagamentos, aprovado por quase todos os credores.

“Não conseguimos ainda perceber qual é o argumento, porque se a grande maioria dos credores está de acordo com o plano apresentado pelos bombeiros, não compreendemos porque é que o juiz de um tribunal não aceita essa proposta”, afirma à Renascença o presidente da Câmara Municipal do Seixal, Joaquim Santos.

O autarca sublinha que “os bombeiros do Seixal estão numa situação de possível insolvência, o que vai deixar sem socorro, não só as 110 mil pessoas do concelho, como perder-se este apoio operacional que a Protecção Civil tem”.

Joaquim Santos renova, por isso, o apelo à intervenção do Governo e do Presidente da República para que seja dada resposta à falta de financiamento das corporações de bombeiros.

“Que, de uma vez por todas, olhem para a questão operacional de combate a incêndios e socorro às populações de uma forma não reactiva, como tem acontecido, mas estrutural, no sentido de dar consistência e sustentabilidade a estas corporações e a estes homens e mulheres que, quando é preciso, estão na primeira linha”, destaca.

O Ministério da Administração Interna vai reunir-se com Associação Humanitária de Bombeiros Mistos do Concelho do Seixal.

Fonte do gabinete do ministro Eduardo Cabrita disse à agência Lusa que a "situação é extraordinária" e que está prevista, ainda sem data marcada, uma reunião entre elementos do ministério e a associação.

Os Bombeiros do Seixal vão concentrar-se na segunda-feira às 10h00 junto ao tribunal do Barreiro contra a recusa do Processo Especial de Revitalização, alegadamente devido à posição de um credor (BBVA) que tem apenas 0,31% dos créditos da corporação.

A Associação Humanitária de Bombeiros Mistos do Concelho do Seixal ficou com uma situação financeira insustentável a 31 de Maio de 2016, data em que foi condenada pelo Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa, Juízo do Trabalho do Barreiro, a pagar mais de 260 mil euros a um seu ex-trabalhador, a título de trabalho suplementar, trabalho noturno, indemnização por despedimento e salários intercalares.

Face à condenação da associação no referido processo judicial, outros bombeiros com os mesmos horários reclamaram também o pagamento de trabalho suplementar e de trabalho noturno que terão prestado à associação.

A associação reconheceu esses créditos, no valor total de 7,64 milhões de euros, mas, face à falta de liquidez para o pagamento da dívida em causa, decidiu iniciar um Processo Especial de Revitalização que, segundo o presidente dos bombeiros António Matos, foi aprovado em Março por 93% dos credores e teve apenas quatro votos contra, um deles do BBVA.

[notícia actualizada às 18h12]

Comentários
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  • 02 nov, 2017 11:57
    No dia em que começarem a fiscalizar as contas das corporações de bombeiros voluntários tudo muda até o profeta da desgraça 0 MARTA se calará para sempre
  • Carlos Gonçalves
    01 nov, 2017 Seixal 20:35
    Gostava que me explicassem o que quer dizer Bombeiros Mistos do Concelho do Seixal...e também o que tem acontecido aos milhares que a Câmara Municipal lá aplica....
  • Antonio Cavadas
    01 nov, 2017 Curia 19:24
    Penso que todo o sistema dos Bombeiros ditos VOLUNTÁRIOS esta mal.Deve ser estruturado já,tal como a DEFESA CIVIL Como é possível um bombeiro VOLUNTÁRIO auferir um vencimento? Se é Voluntário não tem direito a vencimento.Sei que 80 a 90% dos nossos bombeiros são profissionais,logo tem de ser extinto o nome de VOLUNTÁRIO das corporações.Por cá no meu concelho eu chamar-lhe-ia de Bombeiros Municipais,e seriam os Municípios a assumir essa responsabilidade.Claro que o Governo teria de disponibilizar uma ver para os Municípios.Com esta medida acabariam os comentários de café quando toca a sirene.Quem ganha o dinheiro que avance! ! ! ! ! 1
  • troc
    01 nov, 2017 evora 18:38
    Isso é que é lixar dinheiro ainda por cima que não é deles, agora peçam ao Sr Marta Soares o grande papagaio dos bombeiros, ele terá chave para saber o que andaram a fazer e se for caso disso os responsáveis da corporação devem ser chamados e ouvido pela gestão da corporação
  • bruno pinto
    01 nov, 2017 agueda 18:14
    Para ser estrutural, acabem com os bombeiros voluntários... com bombeiros profissionais, com testes psicotécnicos, com formação adequada e com gestão séria, não passamos por esta calamidade. é só interesses financeiros e políticos nas corporações... quarteis de luxo para quê? quando há dinheiro há voluntários.....
  • Santos
    01 nov, 2017 Lisboa 17:44
    Que história mal contada! Então, o despedimento de um funcionário de uma corporação de bombeiros deu origem a uma dívida de 8 milhões de euros? Que grande funcionário... As associações que tutelam as corporações de bombeiros têm que ser escrutinadas como deve ser. Cheira-me que anda por ali muito esquema.
  • Juan Panvini
    01 nov, 2017 Mafra 17:42
    Espero que o primeiro a precisar dos bombeiros sejam os juízes do tribunal.
  • Carlos Silva
    01 nov, 2017 Amora - Seixal 17:41
    A principal culpada da situação é a Câmara Municipal do Seixal!
  • farçolas
    01 nov, 2017 lisboa 16:57
    O canto dos comunas esta a foncionar mal eu nâo fico surpreendido!!
  • anonimo
    01 nov, 2017 16:41
    Tribunal não aceitou plano de pagamento. Pois é. Aqui está algo difícil de acreditar. Aqui está algo em que o Governo poderá e deverá ajudar. Nestes tempos como pode uma corporação humanitária, como os Bombeiros de Portugal, só se lembrarem deles, quando precisam. Humildes e simples homens. que sacrificam a vida e por vezes, mesmo enfrentando a morte, para salvarem muitos, mesmo muitos. GOVERNO DE PORTUGAL, É URGENTE OLHAREM PARA ESTA SITUAÇÃO DRAMÁTICA. Certamente terão o muito obrigado de todo o Povo Português.

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