07 nov, 2017 - 09:02
Veja também:
"Um minuto da sua atenção" – é assim que começa o anúncio que começa a ser publicado esta esta terça-feira na imprensa a apelar à poupança de água.
“Uma torneira aberta durante um minuto pode gastar 12 litros de água”, lê-se no anúncio, onde se recorda ainda que, segundo as Nações Unidas, “um ser humano precisa de 110 litros de água por dia”.
A campanha é uma iniciativa conjunta do Governo, da Águas e Portugal, da Agência Portuguesa do Ambiente e da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR).
"Fechando a torneira 1 minuto poupamos 12 litros de água. Se todos o fizermos, poupamos 120 milhões de litros por minuto" – um valor "suficiente para garantir as necessidades básicas de um milhão de portugueses", destaca a campanha.
"Não controlamos o tempo que faz, mas podemos controlar o que fazemos com o tempo", alerta-se ainda.
O mês de Outubro foi o mais seco dos últimos 20 anos, com 30% da precipitação normal para a época, segundo os dados do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
No final do mês, todo o território de Portugal continental encontrava-se em situação de seca severa (24,8%) e extrema (75,2%).
"Não é por chover dois ou três dias que a situação se vai inverter"
A seca extrema em Portugal está a prejudicar culturas e pasto para animais, com produtores de diversos sectores a falarem em "calamidade" e a reclamarem do Governo ajudas extraordinárias para fazer face aos prejuízos.
Na semana passada, numa conferência de imprensa conjunto dos ministros do Ambiente e da Agricultura, foi lançado o alerta para a gravidade da situação de seca que afecta o país, com o ministro João Matos Fernandes a apelar aos portugueses para fazerem "uso parcimonioso" da água e às autarquias para limitarem o uso de água em lavagens de ruas e regas a situações inadiáveis.
"Não é por chover dois ou três dias que a situação se vai inverter", salientou, anunciando o lançamento de uma campanha na comunicação social para promover o uso cuidadoso da água por toda a população.
Na altura, o responsável pela pasta do Ambiente apontou o exemplo do município de Nelas, que encerrou as suas piscinas, como seguidor de "uma orientação que é para todo o país" e que está a ser "assumida pelas autarquias".
"Quanto mais se agravar [a seca] mais essas medidas terão de ser assumidas", admitiu João Matos Fernandes.
A primeira prioridade na poupança de água é reservá-la para o consumo humano, indicou o responsável, afirmando que nos últimos lugares de prioridade estão a rega de jardins, o enchimento de piscinas e o funcionamento de fontes ornamentais.
Quer Portugal quer Espanha estão a cumprir os valores mínimos de caudais exigidos a ambos os países na gestão de rios internacionais, como o Tejo.