10 nov, 2017 - 13:49
O ministro da Saúde prometeu esta sexta-feira "diálogo e máxima tolerância" com as greves anunciadas no sector, mas avisou que haverá "firmeza" nas negociações porque a capacidade do país "não é infinitamente elástica", apelando ao "bom senso" dos sindicatos.
Em Riba d'Ave, Vila Nova de Famalicão, onde esteve presente para uma conferência dedicada ao tema "As Misericórdias e a Saúde", Adalberto Campos Fernandes avisou que o Governo não pode "ceder em toda a linha".
Confrontado com a jornada de greve dos médicos marcada para dia 24, o ministro referiu que "não é com greves por tempo indeterminado" que se vai resolver qualquer problema.
Questionado sobre o atraso na abertura do concurso público para colocação de médicos especialistas nos hospitais, que devia ter tido início em Abril, segundo a Ordem dos Médicos, o titular da pasta da Saúde apontou para "breve" a resolução daquela questão.
"Diálogo, a máxima tolerância ao direito naturalmente constitucional [à greve], mas firmeza porque a capacidade que o país tem não é infinitamente elástica", garantiu Adalberto Campos Fernandes, deixando, no entanto, avisos aos sindicatos do sector.
"Nós não podemos ceder em tudo e em toda a linha porque não queremos contribuir para que o país volte para trás e volte a passar por momentos que já passou", disse, apelando ao "bom sendo" dos sindicatos.
"O apelo que nós fazemos aos sindicatos é um apelo que tem que ver com a chegada a uma posição de intermédio e de bom senso e de equilíbrio", afirmou.
"Não é por termos greves – como é o caso de uma das áreas – decretadas por tempo indeterminado [anunciada e a ser cumprida pelos técnicos de diagnóstico e terapêutica] que o Governo se vai esquecer do resto do país", avisou.
Quanto ao concurso para colocação de clínicos, Adalberto Campos Fernandes confirmou o atraso denunciado.
"Esse concurso está, efetivamente, este ano, um pouco mais atrasado do que no ano passado, estamos a trabalhar com o ministério das Finanças para resolver essa questão dentro de breves dias", disse.