14 nov, 2017 - 06:40
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Todas as crianças até aos 18 anos com diabetes tipo 1 vão ter acesso, de forma gratuita, a bombas de insulina dentro de dois anos, avança o Ministério da Saúde.
O objectivo é assegurar a cobertura do tratamento da diabetes tipo 1 até final de 2019 para toda a população em idade pediátrica.
O alargamento do acesso a bombas de insulina vai ser feito por três fases: até final deste ano, todas as crianças até 10 anos terão cobertura assegurada e, até fim de 2018, o mesmo irá acontecer para todas as crianças até 14 anos.
Até final de 2019, será alargada a cobertura às bombas de insulina a toda a população pediátrica, até aos 18 anos.
Fonte oficial do Ministério explicou à agência Lusa que este faseamento se deve, sobretudo, à necessidade de dotar esta população e as famílias de capacidade e formação para utilização das bombas de insulina.
O Ministério da Saúde adianta ainda que, a par deste alargamento, foi realizado um processo de compra centralizado de bombas de insulina que permitiu uma poupança de 600 mil euros, constituindo uma redução de 45% face ao preço base.
Morrem 10 portugueses por dia com diabetes
Entre dez e doze portugueses morrem a cada dia, em média, por diabetes – uma doença que afecta mais de um milhão de pessoas em Portugal, segundo um relatório nacional divulgado esta terça-feira, Dia Mundial da Diabetes.
O documento da Direção-Geral da Saúde (DGS) mostra que a mortalidade causada por esta doença tem vindo, ainda assim, a diminuir e que 2015 foi o ano que registou a taxa de mortalidade padronizada mais baixa – com 19,4 mortos por 100 mil habitantes.
Por ano, morrem com diabetes entre 2.200 a 2.500 mulheres e cerca de 1.600 a 1.900 homens, o que significa mais de 4% das mortes das mulheres e de 3% nos homens.
A doença afecta mais de 13% da população portuguesa e estima-se que 44% dos doentes esteja por diagnosticar.
Os centros de saúde realizam avaliações do risco de desenvolver diabetes, mas o Programa Nacional para a doença propõe um aumento do número de novos diagnósticos precoces.
De 2015 para 2016, o número de avaliações de risco de desenvolver diabetes teve um decréscimo, de 621 mil avaliações para menos de 619 mil.
Até 2020, a DGS pretende aumentar em 30 mil o número de novos diagnósticos através de diagnóstico precoce, diminuir a mortalidade prematura por diabetes em 5% e diminuir o desenvolvimento de diabetes em 30 mil utentes de risco.
Em termos regionais, a diabetes apresenta maior prevalência no Alentejo e na região autónoma dos Açores, sendo o Algarve a região com menor prevalência.
Quase 10 mil amputações em sete anos
As amputações são uma das mais graves complicações da diabetes.
De acordo com dados oficiais nacionais, o número de amputações tem registado uma diminuição constante desde 2013, mas no ano passado ainda foram feitas mais de mil amputações de pés, tornozelos ou pernas.
2016 foi o ano com menor amputações desde que há registo, de acordo com o relatório do Programa Nacional para a Diabetes. Em 2010, foram feitas mais de 1.600 amputações e passados seis anos caíram para 1.037.
As amputações mais frequentes continuam a ser a dos pés, com 604 feitas no ano passado, enquanto foram realizadas 433 amputações ao nível da coxa, perna ou tornozelo.
A doença renal é outra das complicações frequentes da diabetes, havendo uma incidência de diabetes nos doentes renais crónicos na ordem dos 33%.
Responsável pela cegueira em adultos, a retinopatia diabética é outra das complicações graves. Em 2016, o número de rastreios a esta retinopatia cresceu mais de 30%, tendo sido realizadas mais 38.045 rastreios, num total acima dos 158 mil.
Também ligada a maus hábitos alimentares, a diabetes surge de forma evidente em pessoas com excesso de peso, sendo que 55% das pessoas com diabetes apresenta obesidade.