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Governo atira acerto salarial de professores para depois de 2019

15 nov, 2017 - 15:14

O governo diz que vai pôr novamente o cronómetro a contar, mas, no melhor dos cenários, as progressões na carreira começam a ser pagas em 2019.

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Professores em protesto. "Querem eliminar nove anos e quatro meses da nossa vida"
Professores em protesto. "Querem eliminar nove anos e quatro meses da nossa vida"

O próximo Orçamento do Estado não vai contemplar a reposição das verbas relativas aos nove anos de serviço congelados aos professores, disse esta quarta-feira, no parlamento, a secretária de estado Adjunta e da Educação.

Na prática, nada avança em 2018, sendo que, no melhor dos cenários, as progressões na carreira começam a ser pagas em 2019. Durante a discussão da proposta de Orçamento do Estado para 2018, que está a decorrer na Assembleia da República desde as 10h00, a secretária de Estado Alexandra Leitão voltou ao tema do descongelamento da carreira docente para anunciar que esta “não é matéria para o Orçamento do Estado”.

Recordando as palavras do primeiro-ministro, que na terça-feira anunciou que o Governo ia pôr novamente o cronómetro a contar, Alexandra Leitão reconheceu que “é difícil” repor agora as verbas congeladas, “devido ao impacto financeiro enorme que isso comporta”.

“Fazer a correcção dos anos em que o congelamento vigorou é algo difícil desde logo devido ao impacto financeiro enorme que isso comporta. Por isso, essa não é a matéria para o Orçamento do Estado (OE)”, afirmou.

No parlamento, a única garantia é a de que será feita "a negociação sindical das condições, limites, termos e faseamento em essa correcção se fará”, frisou Alexandra Leitão.

“Se ouvirem os sindicatos é isto que eles pretendem, não há nenhum sindicato que até agora tenha exigido que todo o valor esteja na lei do OE. Não está neste orçamento nem tinha que estar. O que fica aqui como garantia é uma garantia de negociação sindical das condições, limites, termos e faseamento em que essa correção se fará”, sublinhou.

Já ao início da manhã, Alexandra Leitão tinha afirmado que iria ser feita “uma contagem do tempo de serviço” dos professores de forma faseada.

O primeiro-ministro tinha anunciado na terça-feira que o cronómetro da carreira dos professores iria voltar a contar para efeitos de progressão, lembrando no entanto que a reposição imediata e total dos anos de congelamento custaria 650 milhões de euros.

Clima crispado no parlamento em dia de greve

O debate na especialidade do Orçamento do Estado decorre em dia de greve nacional de professores e de um protesto junto do parlamento, para exigir a contagem de todo o tempo de serviço quando forem descongeladas as carreiras da administração pública.

Durante o debate, a secretária de Estado acusou o governo PSD/CDS pelo congelamento das carreiras e as bancadas da direita a acusar o executivo de José Sócrates da mesma medida.

“Não deixa de ser curioso que depois de haver um governo que durante cinco anos congelou todas as progressões, venha agora dizer que toda a culpa é de quem decidiu descongelar”, disse Alexandra Leitão em resposta à deputada Nilza de Sena, do PSD, que afirmou que o seu partido “não contabilizaria carreiras em detrimento de outras” e que “não teria prometido o que não conseguiria cumprir”.

Sobre a hipótese de o Governo ignorar os nove anos de serviço em que a progressão de carreira esteve congelada, Nilza de Sena disse que “não é assim que se fazem as coisas” e acusou o executivo de manter “um clima de guerrilha permanente”. “Não é discriminando, não é recusando reuniões até às vésperas”, criticou a deputada social-democrata, sublinhando que “as pessoas merecem respeito”.

Em resposta, Alexandra Leitão acusou o PSD de ser o primeiro responsável pela distinção da contagem de serviço dos diferentes trabalhadores da Função Pública e lembrou que o descongelamento está a ser feito de acordo com as normas criadas pelo anterior governo.

Porfírio Silva, do PS, juntou-se à secretária de Estado nas críticas ao PSD, acusando os sociais-democratas de hipocrisia: “Os que não queriam congelamento são agora os maiores hipócritas sobre o descongelamento”.

Em declarações aos jornalistas à margem da audição parlamentar, a deputada do CDS-PP Ana Rita Bessa defendeu também que “essas normas vêm do tempo do governo PS”, acrescentando que “no tempo da Troika essas normas não foram alteradas”.

Comentários
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  • Fer
    16 nov, 2017 Fon 09:23
    Palavras para quê... Pois está claro, primeiro venham as eleições. A comuninação social anda muito branda com o governo do Kostov. Então ele tem o descaramento de dizer que não há dinheiro?! Ainda há dias ele foi buscar mais 1.500 Milhões... A dívida não pára de subir, já ultrapassou os 250 MIL MILHÕES!! Aonde mete ele tanto dinheiro??
  • Leonel Santos
    15 nov, 2017 Peniche 19:03
    Saber esperar é uma grande virtude!
  • Leonel Santos
    15 nov, 2017 Peniche 18:47
    Sr. Ministro da Educação os alunos com A.S.E. em Agrupamento TEIP "território educativo de intervenção prioritária"não tem manuais, estamos a meados de novembro. Os alunos mais carenciados também estão a ser esquecidos.
  • FIlipe
    15 nov, 2017 évora 18:17
    Não tem o direito de diferenciar as pessoas e canalizar receitas para os alegado prejudicados dos fogos , quando essa gente se anda a amanhar com a situação . Já começa a cheirar mal a conversa dos danos e no fim existe gente que vai receber apoios triplicados onde nem sequer lá vivia e nem as cabras e as ovelhas moravam nas casas abandonadas . Queiram ver pelas fotos do Google a quantidade de casas que já nem telhado tinha .... o dinheiro pertence aos professores e não aos alegados prejudicados dos fogos . Paguem o que devem primeiro ! A não ser que adorem trabalho escravo , isso foi em África nos anos 60 e originaram uma guerra .
  • Cidadao
    15 nov, 2017 Lisboa 17:05
    O "impacto financeiro" do BPN, Caixa Geral de Depósitos, BPP, foi maior, mas mesmo muito maior, e para esses houve dinheiro dos impostos, sem hesitações nem compassos de Espera ...
  • Pedro
    15 nov, 2017 Porto 17:03
    Sim, somos todos "iguais"....Mas, uns mais iguais que outros; o de costume...Haja paciência...
  • COSTA DEMAGOGO
    15 nov, 2017 Lx 16:42
    O pantomineiro do Kamarada Kosta no seu melhor...sempre a empurrar com a barriga para a frente...Mas, se diz que se virou a página da austeridade não se percebe a razão de não acolher os argumentos dos professores. Assim poderá ser que a mulher dele , professora de profissão, possa voltar à rua como fez no tempo do Partido Socialista em 2008 com a Milú como Ministra da Educação...Este país está transformado numa anedota sem fim com estes geringonços que se agarram à teta do estado e não largam...
  • Pois
    15 nov, 2017 15:55
    O cronómetro só vai funcionar (e para todos os funciona´rios sem excepção) no dia de são nunca à tarde.

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