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Professores: secretária de Estado promete descongelamento faseado da carreira

15 nov, 2017 - 11:12

"Veremos com os sindicatos com que faseamento", diz a secretária de Estado Alexandra Leitão, no mesmo dia em que os professores estão em greve geral e se manifestam frente ao parlamento.

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Professores em protesto. "Querem eliminar nove anos e quatro meses da nossa vida"
Professores em protesto. "Querem eliminar nove anos e quatro meses da nossa vida"

A secretária de Estado Adjunta e da Educação, Alexandra Leitão, prometeu, esta quarta-feira, no parlamento que vai ser feita “uma contagem do tempo de serviço” dos professores de forma faseada, que será negociada com os sindicatos.

“Vai haver uma forma de a contagem da carreira docente ser, de alguma forma, recuperada. Veremos com os sindicatos com que faseamento”, confirmou a secretária de Estado, durante a audição que está a decorrer no parlamento, no âmbito do debate da proposta de Orçamento do Estado de 2018 na especialidade.

O primeiro-ministro afirmou, na terça-feira, que o cronómetro da carreira dos professores vai voltar a contar para efeitos de progressão, lembrando, no entanto, que a reposição imediata e total dos anos de congelamento custaria 650 milhões de euros.

Alexandra Leitão reafirmou essa decisão em resposta à deputada do PSD Nilza de Sena, que tinha criticado a decisão de não contabilizar os nove anos de serviço em que a progressão de carreira esteve congelada, dizendo que “não é assim que se fazem as coisas”.

O PSD acusou o executivo de manter “um clima de guerrilha permanente”.

Falando sobre o descongelamento das carreiras da Função Pública e a polémica questão da não contagem de tempo de serviço dos professores, Nilza de Sena disse que “o PSD não teria prometido o que não conseguiria cumprir”.

“Não é discriminando, não é recusando reuniões até às vésperas”, criticou a deputada social-democrata, sublinhando que “as pessoas merecem respeito”.

Em resposta, Alexandra Leitão acusou o PSD de ser o primeiro responsável pela distinção da contagem de serviço dos diferentes trabalhadores da Função Pública.

“Não deixa de ser curioso que, depois de um Governo que durante cinco anos congelou todas as progressões, venha agora dizer que toda a culpa é de quem decidiu descongelar”, afirmou Alexandra Leitão, que lembrou que o descongelamento está a ser feito de acordo com as normas criadas pelo anterior Governo.

"Bom sinal", reage Fenprof

Para Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof, a promessa de descongelamento faseado é um sinal da força de mobilização dos professores.

"É sinal de quem já percebeu que está a decorrer um greve com 90% dos professores. Ontem, quando saímos da reunião com o ministério da Educação, essa questão não foi assumida. Não foi assumida a recuperação de tempo de serviço, foi apenas, ao fim de duas horas, colocada a possibilidade de continuar a discutir amanhã", disse Mário Nogueira à Renascença.

"É bom. Os professores quando lutam gostam de obter resultados”, remata o sindicalista.

Enquanto o ministério e deputados da comissão parlamentar de educação e ciência discutem o próximo Orçamento do Estado, os professores realizam uma greve geral e uma concentração em frente ao parlamento, sendo uma das principais razões de luta a recuperação dos anos de serviço.

O primeiro-ministro prometeu na terça-feira que o cronómetro da carreira dos professores vai voltar a contar para efeitos de progressão.

"Os professores não vão ficar de fora do processo de descongelamento das carreiras. Os professores foram objeto de uma medida que compreendo que os revolte e que a considerem injusta quando há vários anos se parou o cronómetro que contava o tempo da sua carreira para efeitos de progressão", declarou o líder socialista.

De acordo com o primeiro-ministro, a proposta de Orçamento do Estado para 2018, porém, "vai de novo pôr o cronómetro a funcionar".

"Este Governo não está a congelar, mas a descongelar, não está a cortar, mas a repor aos professores e a todos os trabalhadores da Administração Pública o direito a progredirem na sua carreira", frisou.

Comentários
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  • real
    15 nov, 2017 PORTO 15:51
    Ora bem, também gostava de estar nesta. Sou profissionalizado e já trabalho nesta profissão há 25 anos de saco às costas por muito longe. Este ano, como de costume, depois de cumprir o ritual concursal fui "bafejado com 8 horas" de trabalho, o que em termos salariais se aproxima dos 400 €, para baixo. Sou masoquista? Não sou normal! Tenho andado estes anos todos a repartir salário e horários com outros colegas que também estão enrascados. O sistema para sobreviver tem de funcionar assim, uns muito bem, outros assim assim e os restantes comparados ao rating da Fitch. Portanto, meus caros, se estão classificados na primeira posição agradeçam a todos os Deuses por terem nascido de um parto normal e a sorte vos ter acompanhado, nunca desanimem, continuem a lutar e sejam solidários com a situação daqueles que nunca chegarão a entrar, sequer, na carreira. Um Xauzão....
  • clara
    15 nov, 2017 Lisboa 15:39
    no governo anterior nao se ouviram estavam satisfeitos com a situação o melhor e voltarem ao anterior
  • António
    15 nov, 2017 Beja 15:31
    O argumento do cronómetro não cola, então a restante administração pública esteve congelada e vai recuperar todos os anos em que estiveram congelados?!?!?! Qual é a diferença? Se um funcionário público estava congelado e agora lhe é reposto todo o vencimento que deveria auferir, quer isto dizer que houve reposição integral do TEMPO em que esteve congelado. É uma anormalidade falar em "cronometro", porque caso contrário só os professores teriam estado 9 anos sem progredir porque seriam os únicos a quem o tempo não contava, todos os outros, como não dependiam do "cronometro" deveriam ter subido de escalão com as avaliações, independentemente do congelamento da carreira.
  • Antonio Simao
    15 nov, 2017 Ourenta 15:23
    Faseamento ??? promessas ???, sim , talvez para o principio de 2019, pouco antes das proximas eleições, sabem, esta geringonça faré tudo para conseguir os tais desejados votos, hahahahahahaha
  • Leonel Santos
    15 nov, 2017 Peniche 15:14
    A Senhora Secretária de Estado sabe que as aulas começaram a meio de setembro, mas os alunos do A.S.E. até ontem não tinham manuais no meu Agrupamento.Mais o Agrupamento é TEIP.
  • dmreis
    15 nov, 2017 Lisboa 14:14
    O ESTATUTO DO FUNCIONÁRIO PÚBLICO ESTÁ DESACTUALIZADO! NÃO PODEM EXISTIR EMPREGOS VITALÍCIOS NEM REGALIAS EXCLUSIVAS, PAGAS PELOS CONTRIBUINTES. É PRECISO REVER A CONSTITUIÇÃO!
  • JR
    15 nov, 2017 Lisboa, Puto 14:11
    O que mais me enoja é que são sempre os que ganham mais a fazer barulho. Os do ordenado mínimo estão calados e quietos.
  • António Joaquim Pere
    15 nov, 2017 mirandela 14:08
    ... não existe ética nem carácter nos agentes da política...
  • João Aldeão
    15 nov, 2017 14:07
    Desde o 25 de Abril de 74, sempre em greve ! Porque continuam a querer ser professores ? Se poucos fossem, melhor pagos seriam.
  • rib
    15 nov, 2017 PORTO 14:05
    Interessante é constatar a reivindicação em momentos de abertura e de democracia. Durante o governo de PPC, estes profissionais e outros mantinham-se calmos, inativos e conformados, nem as moscas sacudiam. Agora, com esta união, onde certamente muitos cabem, assiste-se a esta peça ou a este drama. É preciso ter lata. Foi descongelada a carreira, meu Deus, que maravilha! Não chega. Quem tudo quer, muitas vezes, tudo perde. É o que havia de acontecer. Esperem um momento, se por acaso o Doutro Rio chegar a primeiro ministro, os senhores professores que se cuidem. De facto quando mais brando se é mais se deixa abusar...

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