15 nov, 2017 - 08:00
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A Associação de Apoio às Vítimas do Maior Incêndio de Sempre em Portugal critica a disparidade de respostas do Governo aos incêndios de 15 de Outubro e de Junho, na região Centro do país.
“Estamos a falar de dois efeitos discriminatórios: as empresas aqui são menos apoiadas do que as empresas foram em Pedrógão e a agricultura é menos apoiada do que a indústria. E nós não percebemos isso”, afirma Luís Lago, convidado da Manhã da Renascença, esta quarta-feira em directo de Oliveira do Hospital.
O empresário e presidente daquela associação destaca que as pessoas têm vindo a pagar “um preço de interioridade” e sentem, há muito, “um sentimento de abandono”.
Não percebem, por isso, “que, sofrendo a maior tragédia e destruição material que o país conheceu nos últimos séculos, não exista uma resposta urgente”.
Em Espanha, por exemplo, acrescenta Luís Lago, “aconteceu uma tragédia – que não se pode comparar a esta – na Galiza e as respostas começaram a chegar ao fim de quatro, cinco dias. Mas não são projectos e intenções, não são palavras; são actos, é acção no terreno. E é exactamente isso que se pedia aqui”, sublinha.
Os grandes fogos de Outubro consumiram, segundo o último balanço do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), mais de 442 mil hectares, tornando 2017 o pior ano de sempre em Portugal em matéria de incêndios.
Segundo o mesmo relatório, o distrito de Coimbra foi o mais afectado, com um quarto do total da área ardida em todo o país. Surge, depois, o distrito da Guarda, com 60.038 hectares ardidos (14% do total) e o de Castelo Branco, com 52.721 hectares (12% do total).
Passado um mês dos grandes fogos de 15 de Outubro, a Manhã da Renascença foi a Oliveira do Hospital, para um programa em directo e mais próximo da realidade actual.