16 nov, 2017 - 13:36
Os dois seguranças da discoteca Urban Beach, em Lisboa, que estão em prisão preventiva vão passar esta quinta-feira para prisão domiciliária, disse à Lusa Joaquim Oliveira, advogado de um dos arguidos.
O advogado indicou que o processo de instalação da pulseira electrónica, para a prisão domiciliária, está concluído.
Os dois seguranças – funcionários da empresa de segurança privada PSG – estão presos preventivamente no estabelecimento prisional anexo à Polícia Judiciária de Lisboa desde o dia 4 de Novembro, após primeiro interrogatório.
Nesse dia, o Tribunal de Instrução Criminal emitiu um comunicado referindo que os dois seguranças estão indiciados de tentativa de homicídio, enquanto a um terceiro, também ouvido e que saiu em liberdade, está imputado o crime de ofensa à integridade física.
Este homem ficou, contudo, sujeito a várias medidas de coacção: termo de identidade e residência, proibição de contactar com as vítimas e com os co-arguidos, e impedimento de exercer a actividade de segurança privada.
O tribunal referia já que os dois arguidos poderiam passar para prisão domiciliária depois de os serviços elaborarem um relatório para verificar se haveria condições para a mudança.
Em causa neste processo estão agressões a dois jovens, por parte dos seguranças, em frente à discoteca, na zona de Santos, na madrugada de 1 de Novembro.
O caso tornou-se público depois de ter começado a circular nas redes sociais um vídeo em que se vêem as agressões, com as vítimas aparentemente indefesas e sem demonstrar resistência.
O grupo K, proprietário da discoteca Urban Beach, em Lisboa, interpôs um processo cautelar de suspensão de eficácia do acto administrativo do Ministério da Administração Interna (MAI), que ordenou o encerramento do espaço a 3 de Novembro.
O MAI tomou a medida alegando não só este episódio de violência, mas também as 38 queixas sobre a Urban Beach apresentadas à PSP desde o início do ano, por supostas "práticas violentas ou actos de natureza discriminatória ou racista".
A empresa de segurança privada PSG, empregadora dos vigilantes indiciados, já anunciou que vai rescindir todos os contratos com estabelecimentos de diversão nocturna para "se distanciar de situações semelhantes".