22 nov, 2017 - 11:00 • Liliana Carona
Cinco filhos com idades compreendidas entre os quatro e os 15 anos, sentam-se à mesa para jantar, respeitando à risca as orientações da mãe, Sónia Ribeiro.
“Ninguém deixa água nos copos e a que sobra deita-se nas plantas de casa”, garante ao mesmo tempo que acrescenta recordar-se de, nos anos 80, em Viseu, ir com o pai para filas buscar água, também devido a um período intenso de seca. “Não é a primeira vez que isto acontece, e eu também sou sensível a esta situação porque vim de África e sei o que é não ter água na torneira”, adianta.
Da mesa para a cozinha, a loiça é lavada no dia a seguir..."A loiça fica de um dia para o outro para amolecer a sujidade e poder usar o programa da máquina mais rápido”, explica à Renascença.
Antes de dormir, os 5 filhos de Sónia Ribeiro tomam banho a correr, à mesma velocidade que lavam os dentes. "Deixamos água nos copos e a que sobra vai para as plantas, sempre de torneira fechada, temos água num balde, aquela que corre antes de vir a água quente”, descreve Sónia.
A professora de de artes de 44 anos teve que adoptar novas regras em casa e deixa um aviso aos filhos: “Meus meninos, em época de seca, só puxam o autoclismo, quando é mesmo preciso”, sorri.
Na garagem de casa tudo está preparado uma falha de água. “Temos dois depósitos de água, e vários garrafões, guardamos aqui as águas que sobram do banho, que são usadas para os serviços de casa, como despejar o autoclismo”, esclarece a professora a trabalhar em Cinfães e a residir em Viseu.
Na horta de casa os legumes secaram e Gabriel de 6 anos vê com os próprios olhos porque a água é tão importante. “Porque assim não conseguimos viver”, afirma.