27 nov, 2017 - 14:36 • André Rodrigues
A associação ambientalista Zero alerta que a baixa disponibilidade de água nas grandes barragens está a fazer disparar o recurso a fontes de energia não renováveis para produção de electricidade.
De acordo com os dados da associação ambientalista, entre Janeiro e Setembro deste ano, a geração de energia a partir do carvão e do gás natural produziu 24 milhões de toneladas de dióxido de carbono, o que representa mais 31% do que em igual período do ano passado.
Em declarações à Renascença, a dirigente da Zero Carla Graça diz que, no mesmo período, "a produção de electricidade com origem hídrica diminuiu 58% e a produção com recurso a carvão aumentou 61%, com emissões de gases com efeito de estufa muito superiores do que aquilo que estaria previsto que Portugal emitisse".
O país precisa, por isso, "de se adaptar já" a cenários de secas prolongadas e extremas "que serão cada vez mais recorrentes e cada vez mais dramáticas nas próximas décadas".
O caminho, diz Carla Graça, passa por "mais energia renovável, mas não necessariamente hídrica: eólica, fotovoltaica, microgeração e biomassa".
No pior ano da década em número de incêndios e de área ardida, Carla Graça aponta dá especial destaque à produção de energia com recurso a biomassa como "uma forma rentável e inteligente de utilizar os resíduos que se acumulam nos territórios florestais - sobretudo no interior do país - e que, face à seca extrema, são responsáveis por incêndios de dimensões dramáticas".
A dirigente da Zero lembra, contudo, que "não se deve cair na perversidade de plantar para depois cortar e ter fonte de energia".