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Governo quer alargar hospitalização domiciliária. Medida reduz custos e risco de infecções

04 dez, 2017 - 14:48 • Cristina Branco

O projecto já permitiu, em dois anos, no Garcia de Orta, em Almada, o internamento de mais de 300 doentes no domicílio. O Ministério da Saúde promete alargá-lo a outras unidades hospitalares, em 2018.

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O Governo quer alargar a mais hospitais o projecto-piloto de hospitalização domiciliária em funcinamento no Hospital Garcia de Orta, em Almada.

O procedimento permite aos doentes mais conforto e menos risco de infecções hospitalares e aos hospitais a libertação de camas e redução de custos de internamento e o Ministério da Saúde promete aplicá-lo, no próximo ano, noutras unidades hospitalares.

De acordo com o "Jornal de Notícias", a negociação com o Serviço Nacional de Saúde (SNS) deve estar concluída antes do final do mês.

O plano, que, em dois anos, no Garcia de Orta, já permitiu o internamento de mais de 300 doentes no domicílio, passa por retirar doentes dos hospitais o mais cedo possível, ainda em fase aguda da doença, para serem internados e tratados em casa, com o apoio de uma equipa médica e de enfermagem.

Pedro Correia Azevedo, da Unidade de Hospitalização Domiciliária do Hospital, explica que a opção cabe ao doente e exige alguns critérios.

“Os doentes são elegíveis se tiverem um diagnóstico definido e algumas condições base, nomeadamente, um domicílio, boas condições higieno-sanitárias e um cuidador durante as 24 horas do dia”, diz o responsável, sublinhando a vantagem de o doente “ficar no conforto da sua casa, com a redução das complicações associadas ao internamento convencional, como as infecções hospitalares, as quedas e, nos idosos, o nível de desorientação”.

Insuficiência cardíaca crónica, infecções respiratórias ou pneumonias estão entre as doenças passíveis de internamento domiciliário.

O tempo de tratamento e recuperação acaba por ser mais eficaz e reduzido, com visitas diárias de médicos e enfermeiros. “No período nocturno e ao fim de semana existe sempre um médico de prevenção, para dar resposta a qualquer processo de agudização que aconteça”, acrescenta Correia Azevedo.

A hospitalização domiciliária permite ainda libertar camas nos hospitais e reduzir os custos de internamento em cerca de 40%.

Comentários
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  • Sonia Grave
    12 dez, 2017 Almada 15:48
    Escrevo não para criticar mas para mostrar a minha experiência , para possível melhoramento dos serviços. Pois acredito que sem experiência por tentativa não se consiga o ideal. Sendo assim , meu pai doente oncológico morreu em casa. Estou tranquilo por ter acompanhado emocionalmente , mas nunca ninguém me perguntou se queria fui obrigada , gostaria de ter internado meu pai para lhe aliviar o sofrimento . A cuidadora real era minha mãe, com mais dois idosos de 94 e 92 anos. O pai esteve em lista de espera para internamento . Só na ultima semana foi equipa de enfermagem ao domicílio de cuidados continuados . Que mudaram os meus pensos de escaras e por ai adiante. Sem mais a reportar . Que ajude a melhorar os serviços , porque o que vivi deu me muitos sentimentos e experiências . Mas se perguntarem se gostei , Não gostei. Se pudesse escolher não vivia aquela experiência . Pois fui achando que ele poderia ser melhor tratado do que por quem está em casa e em muitos momentos não sabe o que fazer e se está a fazer bem , é desespero. Grata pelo espaço de partilha.
  • José Carlos
    09 dez, 2017 Almada 12:46
    Tanta ignorância nos comentários anteriores. Incrível. Falam do que não sabem.
  • Jarm
    04 dez, 2017 Lisboa 17:56
    O doente se vai para casa, nestas condições, como é obvio deve ter alguém da Família ou não que fique a tomar conta do doente. Para isso, vai ter que haver um pagamento/subsídio para a pessoa que toma conta do doente. Tem que haver também condições para quem toma conta do doente ou não? Há doentes que vivem sozinhos – como vai ser nesses casos ? Há doentes que têm família e que os seus familiares estão a trabalhar e não têm tempo para tratar do doente – como vai ser nesses casos ? Que esta medida não seja um negócio. Que haja dignidade no tratamentos dos doentes e de quem os trata em casa, e não seja apenas uma nova forma de hospitalização para apenas libertar camas nos hospitais e reduzir os custos de internamento.
  • Filipe
    04 dez, 2017 évora 17:28
    Isso sempre existiu para quem não tem euros para deslocações ou na maioria a quem é dada alta hospitalar , mas não na doença , para poupar os mandam para casa morrer mais depressa para deixarem de pagar reformas , a não ser que injetem veneno no soro ... Resumindo : Uma ideia da Idade Média !
  • Que vem a ser isto?
    04 dez, 2017 Parede 16:43
    Medida certa para certas patologias crónicas não dependentes de medidas ou aparelhos de suporte de vida e também em cuidados paliativos, desde que retaguarda familiar e condições da residência permitam qualidade e efectivação dos cuidados. Inadmissível e absurdo o argumento de que a medida "é para proteger doentes das infecções hospitalares". Antão já se admite oficialmente que os hospitais são focos de morte? Mas que vem a ser isto? Não deve ser primordial esse dinheiro ser aplicado na exigência e execução de políticas e procedimentos para erradicar definitivamente infecções nos hospitais? Os hospitais são para poupar dinheiro? Cuidado com abuso de mandar para casa "para poupar" e não porque "há condições" para o doente. O mundo ao contrário?!

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