04 dez, 2017 - 14:48 • Cristina Branco
O Governo quer alargar a mais hospitais o projecto-piloto de hospitalização domiciliária em funcinamento no Hospital Garcia de Orta, em Almada.
O procedimento permite aos doentes mais conforto e menos risco de infecções hospitalares e aos hospitais a libertação de camas e redução de custos de internamento e o Ministério da Saúde promete aplicá-lo, no próximo ano, noutras unidades hospitalares.
De acordo com o "Jornal de Notícias", a negociação com o Serviço Nacional de Saúde (SNS) deve estar concluída antes do final do mês.
O plano, que, em dois anos, no Garcia de Orta, já permitiu o internamento de mais de 300 doentes no domicílio, passa por retirar doentes dos hospitais o mais cedo possível, ainda em fase aguda da doença, para serem internados e tratados em casa, com o apoio de uma equipa médica e de enfermagem.
Pedro Correia Azevedo, da Unidade de Hospitalização Domiciliária do Hospital, explica que a opção cabe ao doente e exige alguns critérios.
“Os doentes são elegíveis se tiverem um diagnóstico definido e algumas condições base, nomeadamente, um domicílio, boas condições higieno-sanitárias e um cuidador durante as 24 horas do dia”, diz o responsável, sublinhando a vantagem de o doente “ficar no conforto da sua casa, com a redução das complicações associadas ao internamento convencional, como as infecções hospitalares, as quedas e, nos idosos, o nível de desorientação”.
Insuficiência cardíaca crónica, infecções respiratórias ou pneumonias estão entre as doenças passíveis de internamento domiciliário.
O tempo de tratamento e recuperação acaba por ser mais eficaz e reduzido, com visitas diárias de médicos e enfermeiros. “No período nocturno e ao fim de semana existe sempre um médico de prevenção, para dar resposta a qualquer processo de agudização que aconteça”, acrescenta Correia Azevedo.
A hospitalização domiciliária permite ainda libertar camas nos hospitais e reduzir os custos de internamento em cerca de 40%.