07 dez, 2017 - 18:06
Algumas das pessoas que acabaram por morrer devido ao incêndio de Junho, em Pedrógão Grande, teriam sobrevivido se não tivesse havido atraso dos meios de socorro, disse esta quinta-feira o investigador Xavier Viegas.
Nalguns dos casos de pessoas que perderam a vida naquele fogo, no dia 17 de Junho, houve “demora no socorro e no tratamento médico”, reiterou Domingos Xavier Viegas, líder da equipa da Universidade de Coimbra (UC) que elaborou um relatório sobre a tragédia, encomendado pelo Governo e que foi enviado esta quinta-feira ao Parlamento.
“Creio que algumas vítimas que acabaram por falecer talvez sobrevivessem” se os meios de socorro tivessem chegado aos locais mais rapidamente, disse.
Xavier Viegas falava no auditório do Polo II da UC, durante o seminário “As lições de Pedrógão Grande”, em que participaram centenas de investigadores, autarcas, bombeiros e dirigentes da Protecção Civil, além de outros especialistas e profissionais.
O catedrático, director do Centro de Estudos de Incêndios Florestais, salientou que os tratamentos médicos a queimados evoluíram significativamente nas últimas décadas.
A medicina tem registado “avanços neste tipo de problemas”, o que, quando se verifica um socorro rápido das vítimas, estas têm mais possibilidades de sobreviver, defendeu.
Este incêndio provocou, de acordo com a contabilização oficial, 64 mortos e mais de 250 feridos.
CDS quer Viegas no Parlamento
O CDS-PP requereu esta quinta-feira a presença no Parlamento de Xavier Viegas e questionou o Governo sobre a necessidade de um novo relatório sobre as vítimas dos fogos de Outubro.
Para o dirigente Telmo Correia, no relatório de Xavier Viegas há questões "muito relevantes" que ultrapassam anteriores temas anteriores como a previsão, a prevenção e combate aos incêndios".