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​Isabel Jonet. Caso Raríssimas gera “desconfiança na actividade das instituições sociais”

14 dez, 2017 - 13:57

Cáritas admite que donativos podem diminuir e critica cartas anónimas, "armas criminosas". Liga Contra o Cancro diz que suspeitas “não são boas para as IPSS”.

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Responsáveis de organizações sociais consideram que o caso da Raríssimas é prejudicial para as instituições de solidariedade, porque gera desconfiança, e defenderam o apuramento dos factos para que não se confunda a árvore com a floresta.

Uma reportagem emitida no sábado pela TVI denunciou o alegado uso, pela presidente da Raríssimas, de dinheiro da associação de ajuda a pessoas com doenças raras para fins pessoais.

Para a presidente do Banco Alimentar Contra a Fome, Isabel Jonet, este caso “gera inevitavelmente um clima de desconfiança na actividade das instituições sociais”.

“Não é benéfico para o trabalho que desenvolvem. No entanto, a minha convicção é que casos como estes são totalmente excepcionais”, disse Isabel Jonet à agência Lusa.

Mas, por outro lado, o facto de estes casos “virem a público “e serem denunciados é muito benéfico para as instituições” que diariamente “se esforçam para ter as contas arrumadas, por ter boa gestão, boa transparência e por darem contas dos donativos que recebem.

“É muito benéfico que estejam acautelados todos os mecanismos que permitam garantir que tudo corre bem”, disse Isabel Jonet, considerando ser “muito importante” haver uma “boa regulação deste sector com critérios de transparência e de ‘accountability’” (responsabilidade e ética nas contas).

Para a presidente do Banco Alimentar, tem que haver igualmente “uma cultura de rigor e exigência na prestação de contas”.

“A maior parte das instituições, como vive com o apoio do Estado, tem uma maior obrigação de prestar contas e de ser exigentes na prestação de contas”, defendeu.

Cáritas critica cartas anónimas

Esta posição é partilhada pelo presidente da Cáritas Portuguesa, Eugénio Fonseca, que apela a uma intervenção dos tribunais no caso, considerando a situação “altamente prejudicial” para o sector.

“A ser verdade, é bom que os tribunais actuem com celeridade e, depois de actuarem, que se diga que tipo de responsabilidade foram pedidas às pessoas que usaram a missão que lhes foi confiada”, defendeu Eugénio Fonseca à Lusa

Por outro lado, “temos que distinguir entre a verdade dos factos e as suspeições porque o que tem minado muitas vezes a sociedade civil é a suspeição”, disse, condenando o uso de cartas anónimas que “levantam suspeitas sem terem o mínimo de certeza sobre os factos”. “São armas criminosas”, vincou.

Sobre o impacto do caso nas instituições, disse que “é altamente gravíssimo para a sociedade” e principalmente para os pobres.

“Podem diminuir os donativos, o problema é que se perde a confiança nas instituições e o que está a acontecer, e eu lamento muito, é que se esteja a tomar a árvore pela floresta”, vincou.

Para o presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC), trata-se de um “caso de polícia”, “muito triste, dramático, com uma envolvência mediática muito grande”. “Mas espero que a população consiga fazer a destrinça entre as ‘associações boas e as associações más’ e sobretudo aquelas que dedicam o seu tempo, o seu trabalho” sem qualquer retorno financeiro, disse Vítor Veloso.

Sublinhou ainda que “estas situações que aparecem em público e que foram demonstradas cabalmente não são boas para as IPSS e chocam os portugueses.

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  • António Valente
    15 dez, 2017 Sintra 22:57
    Esta do Filipe está bem apanhada Até acertaste na MOSCA
  • FIlipe
    14 dez, 2017 évora 18:37
    ...os dirigentes e proprietários desses campos de concentração NAZI onde dão de comer aos pobres e ajudam doentes , andam todos com viaturas de 10 anos ou mais , vivem em casas sociais ou tem empréstimos bancários para compras pessoais ! Tenham mas é vergonha de existirem , pois se não existissem e ensinassem as pessoas a viverem condignamente , não havia fome nem miséria em Portugal ! Bastava distribuírem o dinheiro pelos pobres e fazerem casas para lhes darem , e deixassem de dar a comida na boca . Dão uma colher de sopa e recebem do Governo um menu completo!
  • Paulo Tavares
    14 dez, 2017 Porto 17:47
    Caso Raríssimas gera “desconfiança na actividade das instituições sociais” Metam gente séria, tenho a certeza de que a DESCONFIANÇA transforma- se em CONFIANÇA. Do meu bolso para essas associações zero, dou em mãos aos carenciados mas à muito tempo!! Nunca deixarei de ajudar, até porque amanhã poderei ser eu!!!
  • MASQUEGRACINHA
    14 dez, 2017 TERRADOMEIO 17:40
    Ó meu amigo da Cáritas, se as cartas anónimas não tiverem fundamento (documentos anexados, por exemplo), ninguém lhes liga nenhuma. Aliás, ao que se constata, também ninguém parece ligar nenhuma a cartas expressamente assinadas, e repetidamente enviadas, e enviadas a diferentes "entidades responsáveis". Digo parece, porque lá ligar, ligam, e vão reencaminhando a correspondência. Sempre tudo a bem dos pobres, claro.
  • Uuuuuui
    14 dez, 2017 Portugal inteiro 15:16
    Quando se souber e provar para onde vai grande parte dos donativos ao banco alimentar. Uuui meninos!
  • Roberto
    14 dez, 2017 Olhão 15:06
    Liga Portuguesa Contra o Cancro: “Mas espero que a população consiga fazer a destrinça entre as ‘associações boas e as associações más’ e sobretudo aquelas que dedicam o seu tempo, o seu trabalho”... "“temos que distinguir entre a verdade dos factos e as suspeições porque o que tem minado muitas vezes a sociedade civil é a suspeição”... CARITAS:"e critica cartas anónimas, "armas criminosas"..." Isabel Jonet: "“boa regulação deste sector com critérios de transparência e de ‘accountability’ (responsabilidade e ética nas contas) " SOLUÇÂO: Transparência e é o que basta. A ética é relativa... Transparência pública é o mecanismo que que garante a a sociedade possa fiscalizar, qualquer cidadão possa ver a execução anual de cada instituição
  • maria
    14 dez, 2017 Setúbal 14:59
    Quantas pessoas que estão á frente das ipps não governam as suas casas e as dos seus com dinheiro das ipps. já vi em casa de pessoas alimentos do banco alimentar que as ipps dividiram com os funcionarios. pessoas que não precisam e vão buscar , e como é que lhes dão?controlem melhor fiscalizem
  • silva
    14 dez, 2017 coimbra 14:52
    Criminosas são as pessoas que utilizam a miséria humana para subir na vida , por isso todas as denúncias são boas para alertar quem de direito, sobretudo o Estado que trabalha com o dinheiro dos outros, o nosso...este comentário nunca devia ser feito por quem pertence ao sistema.... ... ... ...
  • Manuel Silva
    14 dez, 2017 Pombal 14:50
    Ao ler a notícia dei por mim a pensar, e como sempre desalinhado, ou seja, mal, é que as cartas anónimas não são armas criminosos, se nenhum crime tiver sido praticado.
  • José Saraiva
    14 dez, 2017 Viseu 14:47
    EU já não confio nas instituições...FAZ TEMPO!

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