14 dez, 2017 - 12:23
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O Presidente da República revela que o Govenro já "mandou uma equipa para garantir o funcionamento da Raríssimas". Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas, à entrada para a festa do Natal dos Hospitais, no Alcoitão.
Marcelo Rebelo de Sousa disse que, neste caso, há duas coisas que não quer que aconteça.
"Não quero que se generalize um caso eventualmente singular abrangendo uma realidade que é uma realidade fundamental para a sociedade portuguesa. Em segundo lugar, também não quero, e penso que o Governo está exactamente na mesma posição, que com a água vá o bebé e por isso é que há uma equipa já designada para garantir o funcionamento dos serviços daquela instituição", disse.
Marcelo disse ainda que a investigação às suspeitas de gestão danosa na instituição "não pode levar meses". "Isso poderia significar a morte da instituição", acrescentou.
Uma reportagem emitida pela TVI na segunda-feira denunciou o alegado uso, pela presidente, de dinheiro da associação de ajuda a pessoas com doenças raras Raríssimas para fins pessoais.
A investigação mostra documentos que colocam em causa a gestão da instituição de solidariedade social, nomeadamente da sua presidente, Paula Brito e Costa, que alegadamente terá usado o dinheiro em compra de vestidos e vários gastos pessoais.
Na reportagem era também adiantado que o secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, foi contratado entre 2013 e 2014 pela Raríssimas, com um vencimento de três mil euros por mês, tendo recebido um total de 63 mil euros.
Paula Brito e Costa e Manuel Delgado anunciaram na terça-feira que se demitiam dos respectivos cargos.
Esta quinta-feira, os trabalhadores da Raríssimas avisaram que a associação está em risco de fechar por falta de acesso às contas bancárias e apelaram ao primeiro-ministro para que envie uma direcção idónea para permitir o funcionamento.
Maria Cavaco Silva com "medo" e "espantada"
A ex-primeira-dama Maria Cavaco Silva, que foi madrinha da Raríssimas, disse estar "muito espantada e preocupada" com a situação que se vive na associação, destacando a importância da instituição e dos utentes.
"Estou muito espantada, estou muito preocupada. Espantada porque não esperava e preocupada porque não podemos prescindir dos serviços que a Raríssimas tenta prestar às pessoas. Todos sabemos que funciona bem, não podemos prescindir disso. Todos sabemos que não somos abonados para deitar fora uma coisa como a Raríssimas", disse.
"Sinto-me espantada. Estou triste e com medo. Eu sempre disse que apoiava as pessoas que estavam na instituição e, ao longo destes anos todos, sempre disse que as instituições ficam. Têm de ficar, esta é a mensagem que quero deixar", disse.