Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Ordem dos Enfermeiros defende boicote às horas extraordinárias

14 dez, 2017 - 19:48

No comunicado, a Ordem dá conta de uma alegada recusa do Governo para contratar mais enfermeiros.

A+ / A-

O Ministério das Finanças recusa a contratação de mais enfermeiros até ao final do ano, denuncia a Ordem dos Enfermeiros que apela para o boicote às horas extraordinárias em período de contingência da gripe.

"A Ordem dos Enfermeiros teve conhecimento da recusa, por parte das Finanças, em contratar mais enfermeiros, pelo menos até ao final do ano, em pleno período de contingência da gripe, num inverno em que se prevê um vírus "dominante", segundo a Direcção-Geral da Saúde", lê-se num comunicado divulgado pela Ordem dos Enfermeiros, que refere, citando a bastonária, que a informação chegou através dos conselhos de administração dos hospitais.

Para a Ordem dos Enfermeiros a consequência é o aumento do número de doentes por enfermeiro "numa altura crítica", comprometendo a "segurança e a qualidade dos cuidados de saúde prestados", e o aumento do "falso trabalho extraordinário".

"Enquanto o Governo impede a contratação de enfermeiros, o falso trabalho extraordinário aumenta, os hospitais devem milhares de horas aos enfermeiros - mas não têm dinheiro para lhes pagar nem dias de folga para dar -, e um em cada cinco enfermeiros está em exaustão emocional (estudo da Universidade do Minho)", refere o comunicado.

Os enfermeiros acusam ainda o ministro da Saúde de apresentar "números falsos" de contratação destes profissionais, "porque contam com as substituições dos enfermeiros que entram de baixa".

Segundo as estimativas da Ordem, que tem por base médias da OCDE, faltam em Portugal 30 mil enfermeiros para se atingir o rácio de 9,1 enfermeiros por mil habitantes -- atualmente, dizem, existem 6,1 enfermeiros para cada mil habitantes.

"Perante este cenário, a Ordem apela a todos os enfermeiros que, de imediato, se recusem a fazer mais horas extraordinárias", conclui o comunicado.

Contactado pela Lusa, o Ministério da Saúde não quis fazer comentários.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • a Ordem
    15 dez, 2017 pt 09:54
    Da bastonaria do PSD Passista!...em vez de Ordem comporta-se como sindicato. Se faltam 30 mil enfermeiros o que fez a bastonaria quando Passos os mandou sair da zona de conforto e emigrarem? Qual é a credibilidade desta bastonária? Será que os enfermeiros têm a memória curta?

Destaques V+