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Vieira da Silva/Rarissímas. "Tenho perfeita consciência de que estou numa posição de particular sensibilidade”

18 dez, 2017 - 16:00 • João Carlos Malta

"Não houve qualquer favorecimento a esta instituição na forma como o ministério se relacionou com a Rarissimas", disse o ministro na audição parlamentar pedida pelo PS.

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Raríssimas. Vieira da Silva admite estar "numa posição de particular sensibilidade"
Raríssimas. Vieira da Silva admite estar "numa posição de particular sensibilidade"

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O ministro da Segurança Social e do Trabalho, Vieira da Silva, disse esta segunda-feira no Parlamento que "não houve qualquer favorecimento" da Raríssimas. No entanto, disse ter "perfeita consciência de que o facto de ter aceite, como muitos outros fizeram [funções nos órgãos sociais da Raríssimas] e ter apoiado aquela instituição", o "coloca numa posição de particular sensibilidade”.

"Não houve qualquer favorecimento a esta instituição na forma como o ministério se relacionou com a Rarissimas", disse o ministro na audição parlamentar pedida pelo PS.

Vieira da Silva começou a inquirição a dizer que queria fazer três afirmações de forma categórica. A primeira: "Tendo eu participado num dos órgão estatutários da Rarissimas, não retirei qualquer beneficio pessoal, directo ou indirecto, dessa participação."

Por fim, o governante disse que não considera que "tenha havido qualquer negligência nem da minha parte nem de ninguém do meu gabinete em relação a eventuais denúncias".

Vieira da Silva salientou que não lhe chegou nenhuma denúncia de gestão danosa como as que forma denunciadas pela TVI.

"Nenhum desses factos que foram elencados nessa reportagem é sequer aludido na denúncia que é feita ao meu gabinete", afirma o ministro. As denúncias que lhe chegaram, diz Vieira da Silva, prendiam-se com a situação laboral do tesoureiro da Raríssimas. "Nunca nos chegou nenhuma denúncia de gestão danosa", reiterou mais do que uma vez o ministro.

Vieira da Silva afirmou que enviou toda a documentação, na qual inclui a denúncia feita por Paula Brito e Costa sobre práticas da delegação da Raríssimas no Porto, que recebeu para o Ministério Público, que está a investigar o caso desde Novembro. E questionou: "Há alguém que ponha em causa que esta é a forma mais célere de investigar o caso?".

Vieira da Silva afirmou que o Estado "não pode substituir porque quer a direcção de uma associação de solidariedade". "Só o pode fazer na sequência de uma acção do Ministério Público e dos tribunais", afirmou. "Ponderamos que o Estado venha a ter uma acção correctiva caso a instituição se revele incapaz de resolver esta crise na instituição".

A Suécia

A deputada do PSD Clara Marques Mendes foi a primeira a questionar o ministro. No final, mesmo antes de Vieira da Silva responder, foi peremptória: independentemente do que Vieira da Silva disser no Parlamento a "responsabilidade existe e é altura de o senhor ministro assumir responsabilidades." "À mulher de César não basta ser séria, é preciso parecê-lo", concluiu.

A mesma deputada perguntou ao ministro pela viagem à Suécia feita por Vieira da Silva e de um protocolo com uma instituição daquele país. "A Rarissimas usou o título de fundação. Já sabia que não era uma fundação. O que fez? Denunciou ou acometeu-se ao silêncio?", disse Clara Marques Mendes.

O governante respondeu que a instituição sueca e a Raríssimas assinaram um protocolo de cooperação e que não teve "nenhuma interferência" nessa situação. "Nessa altura, o presidente da instituição sueca fez-me o convite de visitar a instituição em Gotemburgo", afirmou. Vieira da Silva estava na cidade sueca a participar num fórum europeu sobre emprego e aceitou o convite.

A defesa de Vieira da Silva

Vieira da Silva foi vice-presidente da assembleia-geral da Raríssimas entre 2013 e 2015.

No Parlamento, o ministro enquadrou a sua entrada na Raríssimas e fez a defesa da acção que manteve. "A minha participação na Rarissimas é algo de excepcional. Em toda a minha vida pública, nunca aceitei nenhum convite para fazer parte de uma instituição. Nunca aceitei nenhum proveito que não fosse no decorrer das minhas actividades públicas", reiterou.

"Tenho bem a noção de qual a responsabilidade de exercer actividades públicas antes, durante e depois", frisou.

Vieira da Silva argumentou que, se aceitou participar naquele projecto, é porque o viu nascer, sabia os propósitos e foi-lhe apresentado um quadro de responsáveis que lhe garantiam isenção e competência.

"Durante a minha participação ninguém apresentou qualquer reparo à gestão da instituição. Nunca ninguém levantou dúvidas", defendeu.

E concluiu a dizer que entrou e saiu da instituição a pensar que aquela era uma instituição sem mácula. "Entrei e saí com a mesma imagem: que era uma instituição credível."

Depois, Vieira da Silva descreveu a forma positiva como a sociedade via aquela instituição, o que valeu a Raríssimas prémios e apoios de partidos e ordens profissionais.

A comissão de Trabalho e Segurança Social aprovou na quarta-feira por unanimidade um requerimento do PS para que o ministro Vieira da Silva prestasse esclarecimentos sobre o caso relativo a suspeitas de gestão danosa na Associação Raríssimas.

Uma reportagem divulgada a 9 de Dezembro pela TVI deu conta de alegadas irregularidades nas contas da Raríssimas, tendo apresentado documentos que colocam a agora ex-presidente da associação, Paula Brito e Costa, como suspeita de utilizar fundos da Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) para fins pessoais.

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  • ao revoltado
    19 dez, 2017 lis 15:27
    Faz-te falta não ter lido a fabula do cordeiro!..São coisas que se aprendem quando jovens e que nos formam para o resto da vida! Confundir-se alhos com bugalhos e tirar conclusões de ofensa de caracter é muito feio!...
  • os direitolas
    19 dez, 2017 lis 12:55
    Tudo fazem para atacar o governo e os seus membros mais habilitados e conhecedores das matérias, cujos frutos estão a dar aqueles excelentes resultados que a direita não soube nem quiz obter. Pelo contrário em 4 anos de desgoverno, enganaram os portugueses, mentindo e afirmando que não havia alternativas ao sufoco e empobrecimento do País! Servem-se da hipocrisia, baralham e confundem tudo, tentando omitir aquilo que de bom está a ser feito economicamente confundido a arvore com a floresta! Os media do costume como os pasquins JE, observador e afins com os seus jornaleiros e opinadores de serviço manipulam as noticias para levarem ao engano os mais incautos ou aqueles que só lêem os cabeçalhos! No tempo do regime Passista e seus acolitos, aquilo que erravam e faziam mal era perdoado e passavam uma esponja para cair no esquecimento e o Passos tinha honras de primeiro ministro credivel. Agora com Costa, só se não puderem é que informam as acções em que intervém, mas apenas o minimo possível. Devem pensar que somos todos estúpidos e que isto não é detectável! Continuem que estão no bom caminho!...para o lamaçal!
  • Revoltado
    19 dez, 2017 Coimbra 08:36
    Pois, como é difícil assumir a verdade, perante os factos denunciados, na protecção de uma amiga, isto mais não é de os celebres "boys" à partido socialista, depois fala-se em consciência,mas o que será consciência, qual a sua definição para um politico fazer trapalhadas e nunca ser censurado perante as leis deste país, Vieira da Silva também não foi ministro de Sócrates, pois...pois...isto é e será sempre assim até que um dia o povo encontre uma padeira de Aljubarrota, para banir dos cargos públicos estas pessoas de consciência na cabeça dos dedos dos pés, porque pisam a consciência dos conscienciosos
  • Alberto Sousa
    19 dez, 2017 MONTIJO 06:47
    The Good, the Bad and the Ugly. Filme já com imensos anos, tão velhinho,  que já nem cópias se podem fazer, de tão "estafado" estar, pois que já está todo a desfazer-se, em fragmentos, de celuloide. Foi o que vimos ontem, E fez-me recordar tempos da minha infância, em que no "cinematógrafo" do bairro "Cineoriente" iamos ver os Westerns, que nos iam impingindo, semanalmente enquanto roiamos o "estica", e quando a fita se partia de tão rodada estar, berravamos. QH MARRECO OLHA O SONORO!!!!!
  • Helana Matos
    19 dez, 2017 Coimbra 02:49
    O PS (leia-se António Costa) e comparsas de governação habituaram-se a fazer de nós parvos. Aquando das tragédias de Junho e Outubro, em resposta às falhas clamorosas, à irresponsabilidade e à negligência no socorro às vítimas por parte dos organismos do MAI, deram em perorar sobre as décadas de abandono da floresta; aquando do vergonhoso roubo de armamento em Tancos por falta de vigilância, toca a discutir sobre a falta de investimento na tropa; aquando da desgraça das vítimas da legionella, vieram com o caso de V. Franca de Xira; aquando da trapalhada sobre a deslocalização do Infarmed, saltaram com o pouco jeito para comunicar; agora com o caso triste da Raríssimas, de cujas irregularidades têm conhecimento desde janeiro, e perante as quais ficaram mas encolhas pq se tratava de amiguinhos, toca a sacudir a água do capote e a dizer q a coisa já vem de longe. É caso para dizer: chiça q é demais, chega de fugir com o rabo à seringa. Por uma vez, cresçam, façam-se gente e assumam responsabilidades. ,
  • F Pimentel
    19 dez, 2017 Cantanhede 01:45
    Para tentar abater este governo, tudo serve. E abate-lo, para quê? Para voltarem para lá os mesmos dos submarinos, da PT, da TAP etc. e para "desnudarem" os portugueses, em nome da inevitabilidade. Agora que a inevitabilidade caiu por terra e vêem um país a crescer, o desemprego cair todos os dias, as empresas não alinhadas politicamente, a crescerem, a produzirem e a exportarem, a Segurança Social e melhorar, a dívida do FMI a pagar-se, as Agências de Rating e os mercados financeiros a acreditarem em Portugal, e a emprestarem-nos dinheiro a juros próximos do zero por cento e até negativos, a Europa a manifestar-nos confiança e até a dar-nos como exemplo e os portugueses, finalmente, com esperança, deixando de emigrar e até retornando. É isto tudo e muito mais que incomoda o PSD e o CDS. Incomoda, pois claro!... Como não. Nem sequer o Diabo vem... Fazem-se ignorantes, ou são-no? Se o governo interferisse na vida das IPSS, estaríamos perante acusações de sentido contrário; de um governo que asfixiava a sociedade e não respeitava as instituições privadas. Depois, não perceber que todas essas instituições têm governo próprio, fiscalizador interno, inclusive. E sendo representantes dos cidadãos e fiscais do governo, não se aperceberam de que em alguns casos, algo ia mal nas comunidades e que as instituições competentes estavam a fazer o seu serviço? Não sabem as competências da Mesa da Assembleia Geral? Santa ignorância?.... Não, não é ignorância, isso é perdoável. É bem pior.
  • JP
    19 dez, 2017 Olhão 00:16
    O que não é importante noticiar devido aos critérios editoriais. A uma dada altura o sr ministro estava a explicar a formação das IPSS disse. Todos os partidos estiveram envolvidos e passaram pela gestão das IPSS mas numa de sanidade mental disse. NEM TODOS SÓ ALGUNS. Eu fiquei sem saber quem eram uns e outros.
  • A. Moura
    18 dez, 2017 Lx 22:31
    Não sei o que diga, a não ser que os homens se revelam muito fracos perante uma mulher sedutora. Por causa dela, vai ter de aguentar todo este escarcéu e ataques que talvez não mereça. Que lhe sirva de lição!. Homem de governo tem de ser sério em qualquer lugar e a todo o tempo!
  • Jacinto Avila
    18 dez, 2017 Canas de Senhorim 22:05
    Esta comissão não serviu para nada. Ministro não respondeu a nada, os deputados do BE e PCP... parece-me que não entenderam o propósito desta comissão. Ai Ai Sra Catarina Martins e Sr Jerónimo de Sousa... o que muda nas posições destes dois senhores quando têm de suportar um governo. Muita coisa não bate certo... pena não ter lá a jornalista da TVI para fazer as perguntas chave (mesmo o CDS fazendo questões pertinentes não obteve respostas). "O ministro está de consciência tranquila"... diz-se. E por aqui me fico... os grandes nunca serão perturbados pelas mentiras, e sendo este ministro, abertamente, um poderoso do nosso governo não lhe acontecerá nada.
  • José Seco
    18 dez, 2017 Lisboa 19:45
    Alguém percebeu onde acaba a raríssimas e começa o governo? Alguém percebeu onde acaba a cumplicidade entre uns e outros? Enquanto Portugal for governado por esta pandilha de porcos da Direita e da Esquerda raríssimo vai ser existir alguma vez algum governo sério!

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