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Incêndios. “Não faz sentido recorrer já a empresas internacionais”

19 dez, 2017 - 10:51

Reacção surge após a Comissão de Coordenação Regional do Centro questionar a capacidade das empresas nacionais para reconstruírem as casas afectadas pelos fogos de Outubro.

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O presidente da Associação de Industriais de Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN) diz não fazer qualquer sentido pensar-se já num concurso internacional para a reabilitação das cerca de 900 casas afectadas pelos incêndios de 15 de Outubro.

“Num momento destes, em que são necessárias obras no país, obras de reconstrução desta calamidade, não faz nenhum sentido pensar-se já em recorrer a concursos internacionais”, começa por dizer Reis Campos.

Na Manhã da Renascença, o responsável lembra que, depois de vários anos de cortes nas obras públicas, esta é uma oportunidade para reavivar o sector.

“O investimento público parou. Não temos obras públicas em Portugal. Nos últimos anos, as empresas maiores foram obrigadas a ir para o exterior e internacionalizarem-se, porque não têm obras cá dentro de dimensão. Quando há que recorrer e quando há uma necessidade de obra cá dentro pensar já num concurso internacional não faz qualquer sentido”, reforça.

O dirigente da AICCOPN refere ainda que já informou o Governo da disponibilidade de ir para o terreno, mas que “neste momento não tivemos ainda necessidade de intervir em termos de associação”.

“Tivemos conversações com o Governo e mostrámos toda a disponibilidade para encaminhar para esta zona do país as empresas nacionais disponíveis”, garante.

Na segunda-feira, a presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) admitiu recorrer a um concurso internacional para conseguir que as casas afectadas pelos incêndios de Outubro sejam reconstruídas mais rapidamente.

"Não sei se o mercado local será suficiente", afirmou Ana Abrunhosa aos jornalistas em Tondela.

Uma não questão?

Na opinião de João Taborda da Gama, um dos comentadores diário da Manhã da Renascença, em tempos de urgência há que agir e o direito não pode ser entrave.

“Não me parece que devamos perder muito tempo com isto. Se há razão para não haver ‘juridiquês’ a mais, para não haver procedimentos a mais, sempre no estrito cumprimento da lei, é este. Há um caso de urgência, devem ser reconstruídas as casas, o direito deve ser um instrumento ao serviço da contratação rápida”, defende.

No seu entender, deveríamos “estar perante uma actuação rápida e criativa do Estado”, no sentido de encontrar a melhor maneira de refazer “em massa aquelas casas da melhor forma possível”.

Francisco Assis, eurodeputado do PS e parceiro de debate de João Taborda da Gama, mostra-se convencido de que as empresas portuguesas vão conseguir dar conta do recado.

“Parece-me que a questão foi colocada apenas no ponto de vista teórico, numa hipótese que me parece muito remota. Conheço bem este tipo de tecido empresarial no nosso país e tenho noção de que o país tem capacidade para responder a esta necessidade”, começa por afirmar, considerando mesmo que nem crê que haja “grande interesse por parte dessas empresas em terem esse tipo de intervenção”.

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