22 dez, 2017 - 09:49
A Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT) recebeu, no primeiro semestre deste ano, 8.158 queixas, a maioria das quais nos sectores rodoviário e ferroviário, que reúnem 88,5% do total.
De acordo com o relatório sobre reclamações no mercado público da mobilidade e dos transportes, divulgado esta sexta-feira, 7.519 das queixas dizem respeito a inscrições no Livro de Reclamações dos diversos operadores e prestadores de serviços. As restantes 639 foram recebidas directamente no organismo, o que representa uma diminuição de 20,7% face ao anterior semestre.
Estes dados não têm em conta as queixas enviadas através de meios electrónicos.
No primeiro semestre, tal como nos anteriores, os sectores rodoviário e ferroviário representaram a maioria das reclamações, com 47,1% e 41,4% do total, respectivamente.
O transporte de passageiros nos sectores rodoviário, ferroviário e fluvial foi o subsector mais reclamado, de acordo com o relatório.
As cinco empresas que apresentaram o maior número de queixas foram a Comboios de Portugal (CP - com 1.642 reclamações), seguida do Metropolitano de Lisboa (1.306), a Rede Nacional de Expressos (424), a Carris (371) e a Transtejo (368).
Os utentes queixaram-se, sobretudo, de não haver o serviço programado, por este não cumprir os horários previstos, de percursos ou paragem alterados, de excesso de lotação do veículo e de baixa frequência do transporte. Também a recusa de transporte de animais e bicicletas foi alvo de reclamação.
O relatório refere ainda que houve um aumento significativo do número de reclamações contra os operadores de transporte em veículos ligeiros, táxis e plataformas electrónicas de serviços de transporte, com um total de 101 queixas.
Neste subsector, nem os prestadores em nome individual nem as empresas têm estabelecimentos onde fazem atendimento ao público, pelo que não têm obrigação de possuir Livro de Reclamações. Em relação à Uber, registaram-se pela primeira vez, neste semestre, três reclamações.
Tanto o número de queixas inscritas nos livros de reclamações como as recebidas diretamente na AMT apresentaram um decréscimo face ao segundo semestre de 2016: cerca de menos 2.100 reclamações.
Na leitura desta descida, a autoridade refere poder dever-se a "uma possível melhoria na prestação do serviço por parte dos principais operadores e prestadores do serviço ou a eventuais dificuldades no acesso ao Livro de Reclamações".