29 dez, 2017 - 09:01
Das caminhadas para a hidroginástica. No próximo ano entra em funcionamento um projecto-piloto que vai permitir aos médicos prescrever em receita electrónica exercício físico específico aos seus doentes.
“A partir de Março temos aquilo que chamamos a prescrição do exercício físico mais específico e mais exacto, que precisa de um treino médico próprio. Como funciona? Ao mesmo tempo que o médico prescreve os medicamentos habituais pode optar por prescrever no sistema electrónico uma guia de recomendações de actividade física”, explicou à Renascença o presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde.
Segundo este responsável, o objectivo é articular este programa com as respostas locais, como por exemplo, ginásios, piscinas municipais e pistas.
Mas por despacho da tutela, desde 15 de Dezembro que já é possível prescrever actividade física em geral. “Só na quinta-feira foi prescrita a 43 doentes e 25 deles dele tinham mais de 80 anos”, contabiliza o professor Henrique Martins.
A outra ferramenta electrónica arranca a 23 de Janeiro. Na App “MySNS carteira” no telemóvel vai ser possível ter o cartão da actividade física: um contador de passos, de calorias e da distância percorrida. “Esta informação vai passar a ser devolvida, por via digital, ao médico que prescreveu a actividade para ele verificar se o utente está a cumprir”.
Também a Associação Nacional de Farmácias (ANF) está a criar um serviço com fisiologistas do exercício para receber pessoas com indicação para fazer exercício, fornecendo prescrição de exercício personalizada. A ideia é a de possibilitar uma prescrição e acompanhamento individualizados e não um aconselhamento breve para a actividade física, algo que pode e deve ser feito pelo médico de família e outros profissionais de saúde.
Após 40 anos, as autoridades de saúde nacionais tiveram acesso a dados concretos sobre os hábitos de alimentação e a actividade física da população portuguesa. O Inquérito Alimentar Nacional e de Actividade Física fez um retrato inédito: 5,9 milhões (quase 6 em cada 10 portugueses) têm obesidade ou pré-obesidade; a prevalência de prática regular de actividade física desportiva e/ou de lazer programada é de 41,8%; aproximadamente 1,5 milhões (17% da população) consomem pelo menos um refrigerante ou néctares por dia.