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2017 foi um ano negro na estrada. “Distracções estão a ter muita influência"

03 jan, 2018 - 10:44

Telemóvel é uma das fontes de distracção. GNR garante à Renascença que irá agir para reduzir os números da sinistralidade. “Por trás destes números estão pessoas, estão familiares, pais, avós, irmãos, filhos, netos”.

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No ano passado, houve quase 80 mil acidentes nas estradas nacionais, onde morreram 432 pessoas. Os números, ainda provisórios, superam os de 2016 em cerca de 10%.

Em termos de feridos graves, “durante 2017 registámos 1.647 e 25 mil feridos leves”, indica o major Paulo Gonçalves, da divisão de trânsito e segurança rodoviária da GNR.

São “mais 42 mortos, mais 129 feridos graves e mais 1.610 feridos leves”, refere na Manhã da Renascença desta quarta-feira.

Paulo Gonçalves garante que os números preocupam a Guarda e diz que, mesmo não sabendo ainda o que terá causado os acidentes, os estudos indicam que “a falha humana está na origem de 90%” dos casos.

“E quando falamos de falha humana, falamos de erros de percepção, como faltas de atenção, distracção e erros de decisão”, concretiza.

Entre os motivos de distracção está o telemóvel. “É uma distracção e as distracções estão a ter muita influência nos acidentes de viação”, refere o major.

Mais acidentes com motas

O ano passado, além de mais acidentes em geral, registou “um aumento do número de mortes na sequência de acidentes que envolveram veículos de duas rodas”.

As causas não estão apuradas, mas o major Paulo Gonçalves considera que poderão estar relacionadas com o maior número de motas a circular.

“No que à Guarda diz respeito, registámos quase 90 mortes na sequência de veículos de duas rodas e, destas, apenas 14 estão relacionadas com veículos com 125 cc. A maioria estão relacionadas com cilindrada superior a 125 – ou seja, condutores devidamente encartados”, indica, contrariando “ideias pré-concebidas, que apontavam para uma suposta lei das 125 como estando na origem destes acidentes”.

O que vai a GNR fazer?

“Temos de adoptar medidas preventivas, porque sabemos que vai haver falhas humanas”, afirma Paulo Gonlçaves.

Para tal, “tem de haver uma abordagem integrar e multidisciplinar”, apostando desde logo na fiscalização, “no sentido de prevenir que ocorram mais comportamentos de risco” – sabendo que são eles que “às vezes estão na origem de determinados acidentes”.

“Depois devem ser tomadas medidas no âmbito das condições ergonómicas da via, da sinalização – que tem de ser condizente com as condições da via e com as expectativas do condutor”, prossegue, acrescentado que “temos de verificar também as condições técnicas do veículo”.

Isto, em termos de prevenção. “Depois da ocorrência do acidente, temos de ser céleres a prestar o socorro”, de modo a reduzir o número de vítimas.

“Implementar medidas imediatas logo no local do acidente, porque sabemos também, à partida, que um segundo acidente é muito mais gravoso do que o primeiro”, explica.

“E, por fim, responsabilizar criminalmente aqueles que estão na origem deste tipo de ocorrências e isso tem-se feito”, conclui.

Paulo Gonçalves garante que a GNR vai “intensificar a fiscalização rodoviária de uma forma integral”, pois tem “uma grande responsabilidade no que à segurança rodoviária diz respeito e vai assumi-la”.

O responsável da divisão de transito e segurança rodoviária da Guarda Nacional Republicana foi convidado da Manhã da Renascença para falar sobre o balanço da operação “Ano Novo” que terminou com menos mortos e menos acidentes do que em igual período do ano passado.

Comentários
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  • ze jeropiga
    03 jan, 2018 queluz 13:37
    Distracções alem dos telemoveis aquelas mulheres que estao na berma das estradas sao igualmente uma Distracçao que tomar medidas antes que morram mais pessoas
  • MAMM
    03 jan, 2018 Lisboa 13:02
    Erro de percepção grave- nao acender luzes quando esta nevoeiro ou chuva. Erro de atencao grave - nao fazer pisca E o que faz a GNR nao percepciona nem presta atencao nem a um nem a outro. Pois!
  • José Saraiva
    03 jan, 2018 Viseu 12:41
    as autoridades deveriam inspeccionar as VIATURAS DE ALTA CILINDRADA...dificilmente utilizam os "sinais de mudança de direção" (piscas)..MERCEDES e BMW raramente "piscam"
  • Eborense
    03 jan, 2018 Évora 12:34
    Distracções, falta de educação e falta de civismo. Eis o nosso Portugal!
  • António Paulino
    03 jan, 2018 AMADORA 12:28
    Feridos leves são os que pesam menos de que ???? 20 kg
  • Miguel
    03 jan, 2018 Coimbra 12:23
    Continua a grande permissividade das autoridades responsáveis pelo transito em Portugal! Todos os dias eu constato que uma grande maioria dos condutores de ligeiros, mercadorias, pesados, motos: - não respeitam limites de velocidade nas localidades, nas estradas e muito menos nas autoestradas; - não usam os sinais de mudança de direção (piscas); - não aceleram na faixa de aceleração das autoestradas e vias rápidas e atiram-se para o meio da faixa de rodagem; - usam muito frequentemente o telemóvel enquanto conduzem, estilo filme americano (os das motos não o fazem por impossibilidade física) Também verifico que nas localidades e nas estradas nacionais e municipais a sinalização vertical encontra-se por vezes em mau estado e é confusa e contraditória em alguns casos. Quando há obras a sinalização temporária colocada é um cumulo de erros absurdos. (ninguém liga e ninguém fiscaliza). As marcas no pavimento estão em muitos locais apagadas ou pouco visíveis e danificadas. As passadeiras para peões estão também muitas delas em mau estado merecendo pinturas mais frequentes, para segurança de todos. Os semáforos quando avariam...demoram uma eternidade até ser consertados. Os defeitos no pavimentos, com buracos, altos e baixos, bossas e contrabossas no alcatrão são frequentes e perigosas para a condução segura, para além de poderem danificar a suspensão e pneus dos veículos. As reparações são escassas e muito diferidas no tempo. Vão a Espanha e aprendam a gerir tudo isto...!
  • António Almeida
    03 jan, 2018 Rio de Mouro 12:16
    Jornalistas foleiros a soldo dos centros de inspecção que querem ganhar dinheiro com as inspecções a motociclos e que inventam números de acidentes e mortes irreais, basta verem o número de motos vendidas no anos de 2017 e anos anteriores assim como a quantidade de acidentes para verem a falsidade das notícias.
  • mister robin
    03 jan, 2018 Manhattan 12:08
    a culpa e da bateria dos iphones
  • VICTOR MARQUES
    03 jan, 2018 Matosinhos 12:07
    Distracções é sinónimo de bebedeiras a afins???!!!...
  • André
    03 jan, 2018 Almada 12:07
    Distracções... digam logo Telemóveis. Ainda hoje, ali na zona da Cruz de Pau (Seixal) um rapaz dos seus 20 e poucos anos, espetou-se contra uma rotunda, porque ia a escrever no telemóvel. Na descida, foi tão distraído que se terá assustado quando viu um autocarro à entrada da rotunda. Acelerou e ficou de lado ao embater numa carrinha que vinha em sentido contrário. Mesmo com as pessoas a perguntar-lhe porque é que vinha a olhar para o telemóvel, ele dizia que foram os travões do carro que falharam... os 4 condutores que vinham à frente da carrinha viram que ele vinha com o telemóvel numa mão e a ler ou escrever nele. Felizmente foi só chapa e os vidros laterais. Ele acabou por seguir viagem no carro, depois da polícia registar o acidente, com o carro em muito mau estado do lado esquerdo.

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