Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Morte nos Comandos. Director do curso processa chefe do Exército

10 jan, 2018 - 09:15

General é acusado por um dos principais arguidos no processo de "manobra para 'salvar a face' do Exército".

A+ / A-

O director do curso 127.º dos Comandos, onde morreram dois recrutas em 2016, apresentou uma queixa-crime contra o general Rovisco Duarte, chefe do Estado-Maior do Exército. A notícia é avançada pelo "Público".

“A queixa é apresentada porque se verificou que o CEME ignorou uma denúncia feita em Fevereiro de 2017”, disse ao jornal o advogado Alexandre Lafayette, em representação do tenente-coronel Mário Maia.

A denúncia diz respeito ao facto de o coronel Dores Moreira (que foi comandante do Regimento dos Comandos até Junho passado) ter alegadamente entregue à investigação do Departamento de Investigação e Acção Penal um guião “falso” da chamada Prova Zero, que indicava que os instruendos poderiam beber até cinco litros de água por dia, quando na verdade o guião disponibilizado aos instrutores para a formação indicava que o limite seriam três litros.

A queixa-crime foi entregue à procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal, em Agosto.

Esta situação consta da carta que o advogado enviou à procuradora-geral da República e da qual dá conhecimento ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ao primeiro-ministro António Costa, ao ministro da Defesa, José Azeredo Lopes, à juíza de instrução do processo e ao bastonário da Ordem dos Advogados.

Na carta, junta ao processo, refere "a sensação de a falsificação ter sido uma manobra para 'salvar a face' do Exército” e defende que “não se pode, nem se deve pactuar com a prática de crimes, com a agravante de se visar enganar o sistema de justiça (…)", pode ler-se no jornal.

Concluída a fase de instrução, cujo início está previsto para 23 de Janeiro, os 19 acusados pelo Ministério Público vão saber se vão a julgamento.

Dois recrutas morreram e vários outros receberam assistência hospitalar durante o treino do 127.º Curso de Comandos, na região de Alcochete, distrito de Setúbal, a 4 de Setembro de 2016. O MP considera que os arguidos actuaram com "manifesto desprezo pelas consequências gravosas que provocaram nos ofendidos".


Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • António dos Santos
    10 jan, 2018 Coimbra 16:26
    Muitos parabéns ao comentário de Filipe. Pois para o serviço militar só vai quem não quer fazer. Há também a salientar que os chulos que frequentam a Academia Militar, estão a tirar um curso, sem pagar e escandalosamente recebem vencimento. Isto comparado com os restantes estudantes do ensino superior, é um ROUBO.
  • Filipe
    10 jan, 2018 évora 13:34
    Morreram porque o serviço militar obrigatório acabou e toda a gente que procura a tropa é para ter ordenado e não competência . Se metessem essa gente hoje em teatros parecidos com 3 frentes de guerra como existiu em África , morria tudo antes de lá chegar ! Estão a formar gente maricas , que pensam que tomam uns comprimidos e pós de doping e fazem tudo sem esforço , e não apertem muito com eles que eles se deitam !
  • António dos Santos
    10 jan, 2018 Coimbra 13:19
    Muitos parabéns! É uma atitude séria e correcta. Temos de acabar com a regra, que quem se lixa é o mexilhão. Será que o CEME, tem o cargo só para chular os portugueses? Ou é para ter responsabilidades, no exercício do cargo. Esta acção devia também movida contra o CEMFA. Só que em Portugal, temos mais generais, que mães, sendo as nossas forças armadas diminutas. Porque razão necessitamos de tantos generais. As forças armadas, são uma vergonha para Portugal, analisando a sua estrutura. É uma palhaçada, que custa muito aos portugueses. Os órgãos de soberania, têm com urgência analisar esta situação e eles mesmos definirem os quadros das forças armadas e acabar com este roubo ao país.
  • Fernando Reis
    10 jan, 2018 Mira Sintra - Cacém 10:07
    O verdadeiro espírito Comando deve ser recuperado nestas novas hostes candidatas a esta forma de vida "Espírito Comando" e como? Principal medida, é repensar as saídas do país BEM REMUNERADAS ao serviço da ONU, NATO, UNIÃO EUROPEIA etc... e aí também se calhar se encontra resposta para toda esta polémica (Morte nos Comandos).

Destaques V+