10 jan, 2018 - 11:16
"Ainda nada está decidido" sobre a entrada no capital do Montepio e que decorre o processo de avaliação do investimento, mas que espera que haja uma decisão para breve. A explicação foi dada provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, durante uma audição na Comissão de Trabalho e Segurança Social.
"Há todo um conjunto de cautelas que se mantêm de pé. Continua o processo de avaliação, não há nenhum valor. O único limite é 10% do capital", disse Edmundo Martinho, no Parlamento.
O responsável da Santa Casa, que substituiu Santana Lopes com a dedicação deste à candidatura à liderança do PSD, reiterou que neste processo "ainda não está nada decidido" mas afirmou que a concretizar-se significará a "oportunidade" de ajudar a reforçar o setor da economia social, através de um banco do sector.
Para Edmundo Martinho é importante que haja uma decisão para breve, qualquer que seja, de preferência até finais de Janeiro. Acrescentou ainda que, a concretizar-se o investimento, a SCML passará a ter presença nos órgãos de gestão do banco Montepio.
Sobre o estudo financeiro que está a decorrer, disse que não se trata de uma auditoria ao Montepio, uma vez que não cabe à SCML fazer isso, mas uma "avaliação financeira e autónoma da Caixa Económica" para perceber o "valor do banco".
A imprensa tem adiantado que a SCML poderá entrar com 200 milhões de euros em troca de uma participação de 10% na CEMG, o que valoriza o banco em cerca de 2.000 milhões de euros.
Edmundo Martinho disse que este valor não está definido e que o que há é a definição de um limite máximo de participação da SCML no sector financeiro, que advém de um parecer interno feito em 2016, quando houve um estudo para eventual investimento no Novo Banco.
A audição do provedor da SCML foi aprovada por unanimidade entre todos os grupos parlamentares, após requerimento do CDS-PP, depois de a eventual entrada no capital do Montepio ter sido muito falada nas últimas semanas.
No domingo, em entrevista à Antena 1, o ministro do Trabalho disse ter sido ideia de Pedro Santana Lopes o envolvimento da Santa Casa no sector financeiro, enquanto a hipótese de investimento no Montepio foi colocada pelo Governo.