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Acidentes com tractores. Morre um agricultor por semana nos últimos cinco anos

15 jan, 2018 - 18:15 • João Carlos Malta , Teresa Abecasis

Em 2017, morreram 61 pessoas que conduziam um tractor, revelam dados da GNR enviados à Renascença. Muitas mortes poderiam ser evitadas.

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No ano passado, morreram em Portugal 61 agricultores em acidentes de tractor. Em média são cinco mortes por mês, revelam os dados enviados pela GNR à Renascença.

Os distritos mais fustigados pelos acidentes mortais são os de Bragança, com 10 vítimas, seguidos de Guarda, Leiria e Porto, todos com seis mortos. A contabilidade da GNR não inclui as regiões autónomas da Madeira e dos Açores.

Os números configuram uma redução de 14% em relação a 2016, mas não apagam os registos negros dos últimos cinco anos: em média há uma vítima mortal por semana.

Regista-se uma média de seis feridos graves por mês desde 2013, num total de 330 nos últimos cinco anos.

Somando os números de vítimas mortais de 2013 a 2017, morreram em Portugal 358 pessoas em acidentes com tractores.

A maior parte destes casos ocorre com viaturas sem o “arco de Santo António”, uma estrutura de metal que é colocada a ladear o habitáculo do condutor e que impede, em caso de reviramento, que a viatura caia sobre a vítima.

Esta estrutura só é obrigatória para viaturas vendidas a partir de 1994. A maior parte das viaturas tem mais de 20 anos e não possui o dispositivo. Entidades como a Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal (Confragi) criticam a burocracia e os custos envolvidos na aplicação do “arco de Santo António”.

Os dados conhecidos permitem perceber que estes acidentes ocorrem sobretudo no Centro e Norte, em viaturas já antigas e com condutores com mais de 65 anos.

Segundo a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, o capotamento é a causa de morte de dois em cada três acidentes com tractores agrícolas.

Os números de 2014 da mesma entidade dizem que um acidente com tractor é oito vezes mais mortal do que a de um acidente com um veículo ligeiro ou pesado.

Comentários
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  • Francisco
    17 jan, 2018 Torres Vedras 07:20
    Bom dia, há mtas histórias sobre o arco de segurança, mas também acontece nos tractores que possuem o arco, a falta de inspeção técnica como se faz em Espanha há de 20 anos é uma das razões. Pois uma grande parte dos tractores que circulam não estão em condições . Eu sou vendedor de equipamentos agrícolas em Portugal, Espanha e França. Sei ao que me refiro. Vejam os pneus , travões e barras de direção quando há os acidentes e vejam o que digo.
  • Bernardino
    16 jan, 2018 Celorico 09:39
    Porque será que a maior parte dos acidentes São pessoas com mais de 65 anos. Não deveriam ser reformados? E ter um rendimento para não precisar de trabalhar? Só pensam na formação não em melhorar a vida das pessoas.
  • scherek
    15 jan, 2018 santarem 21:56
    e a pergunta é quantas pessoas empregadas de escritório morrem por ano em Portugal?????????????? é que só apresentam as noticias dos tractores então e os outros???? também são profissionais ou não ????como qualquer profissional estão sujeitos a acidentes!!!!!!! ou por serem tractores são tidos como especiais ou marginalizados !!!! os órgãos de comunicação fazem um alarido grande com coisas que acontecem em todas as profissões do mundo a qualquer hora
  • atento
    15 jan, 2018 ortiga 20:48
    Trocaram os burros por tratores porque era mais evoluído e ninguém queria ser burro. Só que os coiçes dos burros só atingiam os que os tratavam mal e isso era a vingança deles. Num país montanhoso como o nosso o trator é uma máquina muito perigosa e só devia ser utilizada por profissionais competentes e bem informados dos riscos de utilização da máquina. A formação em termos de segurança devia ser obrigatória bem como as cabines hard trop e os cintos de segurança, o que não se verifica na prática.

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