Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Indústria agroalimentar. Governo vai negociar redução de sal, açúcar e gorduras

19 jan, 2018 - 09:07

Os portugueses consumiram menos 5.500 toneladas de açúcar em 2017 devido à taxa das bebidas açucaradas.

A+ / A-

O Governo vai negociar com a indústria agroalimentar a redução de sal, açúcar e gorduras em cereais, batatas fritas, sopas prontas a consumir, bolachas, iogurtes ou tostas.

O anuncio é feito pelo secretário de Estado da Saúde que, em entrevista à agencia Lusa, diz que no ano passado os portugueses consumiram menos 5.500 toneladas de açúcar, devido à taxa das bebidas açucaradas.

Fernando Araújo congratulou-se com o impacto da taxa das bebidas açucaradas que, além de se traduzir num encaixe de 80 milhões de euros para o pagamento das dívidas do Serviço Nacional da Saúde (SNS), levou a indústria a produzir bebidas com menos açúcar.

O secretário de Estado sublinhou que o consumo das bebidas mais açucaradas (com mais de oito gramas por 100 mililitros) diminuiu para metade. Esta redução deveu-se à redução do consumo em si, mas também à "reformulação dos produtos", adiantou.

Outra mudança poderá passar pelo destino da verba resultante desta taxa, superior a 80 milhões de euros no ano passado, que vai ser aplicada no pagamento das dívidas do sector, mas que a tutela veria com bons olhos se pudesse ser usada na área da prevenção.

Esse seria, aliás, o destino da taxa do sal, chumbada na Assembleia da República, e que resultaria em 30 milhões de euros anuais para a área da promoção da saúde. "O objectivo não era angariar verbas, mas pressionar [a indústria] para reformular os produtos" e produzi-los com menos sal, explicou.

Reformular produtos

O objectivo de tornar a alimentação dos portugueses mais saudável vai agora ser retomado através de um acordo que o Ministério da Saúde está a preparar com a indústria agroalimentar, com vista à reformulação de produtos.

"Vamos com eles (indústria) discutir objectivos concretos para determinado conjunto de gamas de produtos, ao longo de vários anos. A nossa proposta é de três anos com metas anuais de redução de sal e de açúcar nos produtos que consideramos mais importantes para ver se conseguimos por esta via melhorar a qualidade da alimentação dos portugueses", afirmou Fernando Araújo.

Na mira do Governo estão três áreas: o açúcar, o sal e as gorduras, nomeadamente as 'trans' (gorduras artificiais criadas pela indústria de alimentos).

"Vamos colocar objectivos de redução anuais, de modo a que estejam alinhados com as boas práticas europeias", disse.

Alimentos como cereais, refrigerantes, batatas fritas, sopas prontas a consumir, bolachas, iogurtes, leite com chocolate ou tostas deverão ser reformulados no seguimento deste acordo, explicou Fernando Araújo, adiantando que no acordo ficarão definidas as responsabilidades das partes que, no caso da indústria, será produzir alimentos com menos quantidades de sal e açúcar.

"Vamos propor que seja elaborado um cabaz dos [alimentos] mais representativos. Nos cereais, por exemplo, vamos tentar perceber quais os que 80 % da população consome e depois, anualmente, iremos medir o açúcar (...) de modo a saber se estamos a conseguir reduzir a quantidade de sal e açúcar que ficar definido com acordo com a indústria", referiu.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Filipe
    19 jan, 2018 évora 13:47
    Faz mal beber 14 copos de vinho tinto seguidos , mas faz bem beber 14 copos de vinho tinto por semana , dois a cada dia ! Como tudo na vida até água a mais pode provocar afogamento e morte ! Devem é antes de receitarem às pessoas e alimentarem a indústria farmacêutica , ensinarem as pessoas a comerem conforme necessidades diárias , hidratos carbono , gorduras , proteínas , sais minerais e vitaminas nas quantidades certas . Pode fazer mais mal a massa contida numa canja de galinha do que o açúcar contido numa coca-cola . Ambos são hidratos carbono , uns de assimilação lenta outros rápida . O que o Estado quer é evitar de importar tanto açúcar e alimentar as salinas , as poucas existentes . O sal é o principal regulador devido aos nutrientes presentes do ritmo cardíaco e o único que evita matarem tantos idosos no verão com desidratação . Até porque quando se vai ao hospital com qualquer quadro clínico desfavorável , é logo administrado SORO que não é mais que açúcar ( glucose ) , sal ( cloreto sódio ) e outras substâncias que dão vida ! É preciso é as saber tomar . O que se percebe hoje , é que qualquer idoso em regime de sedentarismo , consegue alimentar o organismo com mais proteínas diárias do que um atleta de musculação toma por semana , É claro que cada proteína tem 9 calorias e o excesso diário vai para a dispensa corporal ! Já tomam leite em excesso e ainda carregam com carnes vermelhas , aqui está o principal problema da obesidade em Portugal : Excesso de proteínas !
  • Jorge
    19 jan, 2018 Seixal 12:17
    "O Governo vai negociar com a indústria agroalimentar a redução de sal, açúcar e gorduras", mas é preciso negociar? O lobbye da indústria alimentar já está a funcionar, alguém anda a ser subornado para retirar os 80 milhões de euros destinados ao Serviço Nacional da Saúde e "negociá-los" para passarem para a mão dos empresários da indústria da alimentação.

Destaques V+