20 jan, 2018 - 09:09 • Marina Pimentel
A procuradora-geral da República admite que alguns dos ficheiros informáticos que contêm as escutas telefónicas a José Sócrates estão infectados com vírus.
Em resposta a perguntas colocadas pela Renascença, o gabinete de Joana Marques Vidal confirma a existência dos vírus informáticos e explica que as próprias mensagens no momento da intercepção estavam já contaminadas
Não resultaram, portanto, do procedimento de cópia dos ficheiros nem do processo de análise durante a investigação. O Ministério Público optou por manter a situação, de modo a não alterar a versão originária dos ficheiros de prova.
Contactada a defesa de José Sócrates, o advogado Pedro Delille diz que, quando recebeu os ficheiros com as escutas constatou que, não só as conversas são dificilmente audíveis, como os interlocutores não estão identificados.
O advogado adiantou à Renascença que entregou os ficheiros a um perito informático, que detectou um total cinco dezenas de vírus. Por isso, vai pedir uma perícia informática às escutas telefónicas, logo que o processo seja entregue pelo Ministério Público no Tribunal Central de Instrução Criminal.
Apesar de a acusação ter sido proferida no início de Outubro, o processo continua nas mãos do Ministério Público. Não foi entregue ao tribunal nem todas as peças processuais chegaram ainda às mãos dos advogados responsáveis pelas defesas.
Na sexta-feira, deveria ter sido fixado pelo juiz de instrução o prazo de contagem para se iniciar uma nova fase do processo, a instrução, durante a qual os acusados podem tentar deitar abaixo a prova, de maneira a evitar chegarem a julgamento, mas o juiz Carlos Alexandre voltou a adiar a contagem do prazo.