Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

"É encorajador" ver o modo como a Justiça tem actuado

30 jan, 2018 - 17:47 • Henrique Cunha

O presidente da Transparência e Integridade diz que o poder judicial tem vindo a actuar "sem pruridos com o estatuto dos envolvidos”. Penalista diz que investigações mostram que o regime "funciona".

A+ / A-

O presidente da Associação Cívica Transparência e Integridade, João Paulo Batalha, considera "encorajador" o modo como o poder judicial tem vindo a actuar, nos últimos tempos, "sem pruridos com o estatuto dos envolvidos”.

Em entrevista à Renascença, João Paulo Batalha dá o exemplo da "Operação Lex", que envolveu 33 buscas, esta terça-feira, para defender que se trata de "um sinal de que a justiça vai fazendo o seu trabalho, incluindo quando isso poderia ser desconfortável para os próprios actores da justiça".

Batalha lembra que o caso "envolve um juiz do Tribunal da Relação”, Rui Rangel, facto que, "apesar de, numa primeira leitura, poder parecer negativo para a Justiça", evidencia que, "quando se trata de investigar suspeitas de quaisquer crimes ou irregularidades, a Justiça funciona como tem de funcionar, que é com uma venda nos olhos, sem olhar para o estatuto social ou politico ou judicial dos envolvidos".

Para o presidente da Associação Cívica Transparência e Integridade, é "encorajador" verificar, quando é necessário, "a Justiça investigue o que tem a investigar, sem pruridos com o estatuto dos envolvidos”.

João Paulo Batalha sustenta que "não existe", contudo, "em relação ao poder judicial, a percepção de que há muitos juízes corruptos", porque "uma noticia deste género, não é suficiente para por em causa a integridade dos magistrados e dos juízes".

O activista faz, ainda, uma leitura favorável da acção da procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal, porque se tem visto "a Justiça investigar situações que são levadas ao seu conhecimento sem preocupações do tipo politico ou partidário".

Questionado sobre se isso não se verificava num passado mais recente, João Paulo Batalha responde que "isso não acontecia com a mesma eficácia antes do mandato da actual procuradora-geral"

"Essa é uma justiça que é preciso fazer e que, aliás, deve guiar-nos na discussão sobre quem será o próximo procurador-geral da república ou se, por ventura, se oferece à doutora Joana Marques Vidal um segundo mandato".

A "Operação Lex" inclui buscas na casa e no gabinete do juiz desembargador do Tribunal de Relação de Lisboa Rui Rangel, na SAD do Benfica e na casa de Luís Filipe Vieira e nas casas da ex-mulher de Rui Rangel, Fátima Galante, do advogado José Sousa Martins e do seu filho.

"Regime funciona", diz penalista

Para o penalista Pedro Duro, estes casos causam incómodo social, mas são também sinal de vitalidade do sistema.

“É um regime que funciona. Não é bom percebermos que existem processos em que os protagonistas tão relevantes das instituições de poder e que têm a função de regular a nossa vida estão envolvidos, mas significa a maturidade do sistema judicial", afirma à Renascença.

Pedro Duro explica que “o sistema é imune a influências endémicas e reage atacando os casos concretos em que existem, ou pelo menos investigando, condenando quem tem de condenar e absolvendo quem tiver de absolver.”

“Quando as pessoas dizem que o regime está a cair, é o contrário. Quando nada se sabe é muito mais preocupante, porque não sabemos que regime é que temos”, considera o penalista.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • otario
    31 jan, 2018 lixa 10:48
    o shºpresidente proferiu esta frase "É encorajador" ver o modo como a Justiça tem actuado" onde anda o senhor quando temos procuradores que mente que sao incompetentes que tem má formaçao moral quando levam alguem a julgamento sem dar direito a defesa quando digo defesa digo ausencia de preparar a sua defesa, temos juizes para nao chamar outra coisa com problemas cognitivos gritantes que fazem de tudo para alterar a vontade de uma testemunha sem esquecer a violencia cobarde contra uma bebe de 15 dias. onde estava o shº presidente da Transparência e Integridade
  • Filipe
    31 jan, 2018 évora 02:54
    Nem mais , tratam de influenciar e agradar aos bêbados e drogados de Portugal , pois qualquer cidadão no seu perfeito juízo , percebe logo pelo desenrolar das novelas judiciais vindas ao público , que desde a época Medieval nunca tinha havido em Portugal enorme distribuição de Autos da Fé e a proliferação de Justiceiros e Justiceiras que a troco de um vencimento do Estado , aplicam de forma louca e demente as leis mas deturpadas para venderem - se e prostituírem a Justiça na Comunicação Social . Cada absolvido em Portugal com transito em Julgado ou mesmo a prisão de inocentes só porque envergaram a farda de Hitler , implica um atestado de podridão judicial do sistema hoje e desde a abolição da Pena de Morte , é a primeira vez em Portugal que se move por caminhos ocultos e de forma a vingar gente que detesta em Portugal , até Salazar os afastava para o Tarrafal , mas aqui os queima nas fogueiras mediáticas .
  • AA
    30 jan, 2018 LX 22:21
    A SRA. PGR TEM FEITO UM BOM TRABALHO MAIS AINDA É PRECISO TRABALHAR MUITÍSSIMO. NÃO SE ESQUEÇA DE VOLTAR A INVESTIGAR OS SUBMARINOS, A TECNOFORMA, OS KAMOV E MUITAS OUTRAS NEGOCIATAS FEITAS POR BANDIDOS.
  • João Lopes
    30 jan, 2018 Viseu 21:43
    Podemos estar descansados: afinal, ainda temos uma justiça viva e atuante!
  • AA
    30 jan, 2018 LX 19:52
    É BOM QUE ESTA SENHORA CONTINUE NO CARGO PORQUE TEM VINDO A DESEMPENHAR BASTANTE BEM O SEU PAPEL AO CONTRÁRIO DE INCOMPETENTES (PARA NÃO DIZER CORRUPTOS) COMO O PINTO MONTEIRO E A CÂNDIDA ALMEIDA. E A SENHORA MINISTRA DA JUSTIÇA SE NÃO LHE RENOVAR O MANDATO, PERCEBE-SE BEM O QUE QUER FAZER... (OU MELHOR, NÃO FAZER).
  • FORÇA SRª PGR
    30 jan, 2018 Lx 19:38
    O paradigma mudou e ainda bem que mudou.A justiça deve ser igual para todos independentemente dos partidos e das profissões dos visados.Parabéns Srª Procuradora Geral da República e procuradores adjuntos. Façamos de Portugal um país mais justo e mais decente e cadeia com os criminosos e corruptos.
  • Fátima Veiga
    30 jan, 2018 Covilhã 19:25
    Grande Procuradora! Por isso há politicos que querem correr com ela. Porque será? Perguntem ao PS de Costa/Socrates.
  • António Leonel Costa
    30 jan, 2018 Feijó 19:23
    Isto não é sinal de que a Justiça funciona, isto é poeira para os olhos das pessoas, depois em Tribunal vê-se que o MP com esta Joaninha à cabeça apenas pretende levantar poeira atacando pessoas que não são criminosas para esconde os verdadeiros criminosos dos Submarinos, dos Pandurs etc que fazem parte da sua pandilha ou seja da Mafia criminosa do PSD/CDS. Esta gente só tem causado prejuízos ao País e precisam dia menos dia serem levados ao Banco dos Réus pois quem acusa e não prova tem de ser responsabilizado não pode passar sem ser castigado. É ver no Tribunal as absolvições seguidas e os erros de uinvestigação mas entretanto o nome das pessoas foram enxovalhadas. Há que por termo a isto e depressa, correndo com estas gentes.

Destaques V+