09 fev, 2018 - 11:54 • João Carlos Malta
Aos sete anos, passou a fazer do trampolim vida. A medicina surgiu mais tarde, como paixão. Ana Rente, ginasta olímpica, olha para o caso do médico da seleção nacional de ginástica norte-americana, Larry Nassar , condenado a 175 anos de prisão por abusar de mais de 160 atletas, como mais um episódio que mostra que as mulheres estão a ganhar poder e “não toleram determinadas situações, em que antes olhavam para o chão e seguiam em frente”.
“Enquanto médica e atleta, penso que é algo que não pode ser admitido. Enquanto médica, temos um código deontológico, que passa por não fazer mal às pessoas. Devemo-nos reger segundo essa máxima. É inconcebível um médico aproveitar-se de determinados exames médicos”, afirma.
“As pessoas têm de estar atentas e não ter medo de falar, os treinadores devem estar atentos, e não se devem calar perante estas situações”, alerta Ana Rente, para quem estes casos têm de ser divulgados, de modo a que “as pessoas deixem de ter medo de falar”.
A atleta acredita que a divulgação deste tipo de casos “vai ser mais frequente”. Não considera que o número de casos esteja a aumentar, mas acha que há uma ambiente menos opressor para "admitir determinadas questões”.
Em relação a Portugal e ao
desporto nacional, diz que nunca aconteceu nada deste género com ela e que nunca
ouviu uma colega a falar de um caso de abuso sexual.
“Admito que possa existir, mas não sei de nada em concreto”, rematou.