10 fev, 2018 - 13:20
Os 36 minutos que demorou até que se começasse a combater o fogo no túnel do Marão, é muito tempo, diz o presidente da Câmara Municipal de Vila Real.
Em declarações à Renascença, Rui Santos comenta as conclusões do relatório da Autoridade Nacional de Proteção Civil, que identificou um intervalo de 36 minutos entre o alerta e o inicio do combate ao incendio no autocarro, no túnel do Marão, em junho do ano passado.
Rui Santos sublinha esta e outras conclusões do documento e não poupa críticas: “As conclusões do inquérito são perfeitamente claras, 36 minutos entre o alerta e o início da intervenção é muito tempo numa infraestrutura com estas características. O facto de o centro de controlo de tráfego e também posto de comando ter sido desativado e passado para Almada prejudica enormemente a capacidade de ação em caso de acidente.”
“A falta de coordenação entre as Infraestruturas de Portugal, a PSP e a GNR e ainda os bombeiros foi gritante. Repare-se que o número das Infraestruturas de Portugal no plano de emergência estava errado, estava desativado”, conclui.
O autarca de Vila Real, Rui Santos, não tem, por isso, dúvidas em dizer que “a única coisa que correu bem foi o facto de não ter havido vítimas mortais, porque não houve um grande acidente, houve um incêndio num autocarro e foi possível evacuar as pessoas. Tudo o resto correu muito mal.”
Segundo Rui Santos a responsabilidade é clara e recai inteiramente sob a Infraestruturas de Portugal. “Tenho de ser muito objetivo. As Infraestruturas de Portugal são as detentoras da concessão deste espaço. Elas é que decidiram retirar daqui o posto de controlo de tráfego e posto de comando, passando-o para Almada. As infraestruturas de Portugal é que são as responsáveis pela elaboração dos planos de emergência e de ação para este tipo de acidentes.”
“Têm de tirar ilações, porque só eles é que são responsáveis pela incapacidade de agir no Túnel do Marão”, diz.
Rui Santos pede também que sejam revistos e testados os meios de emergência no túnel do Marão, algo que o governo determinou ter de ser feito até final de março.