14 fev, 2018 - 18:16
O juiz desembargador Rui Rangel está indiciado de tráfico de influência, branqueamento de capitais e fraude fiscal, no âmbito da "Operação Lex", anunciou esta quarta-feira o advogado João Nabais.
O Supremo Tribunal de Justiça determinou que Rui Rangel fica proibido de contactos com um "conjunto de pessoas" relacionadas com o caso, deixa de poder exercer as funções de juiz e tem que pedir autorização ao tribunal quando se deslocar ao estrangeiro.
João Nabais fez questão de esclarecer que Rangel não está indicado pelos crimes de corrupção nem de recebimento indevido de vantagem.
A juíza Fátima Galante, que também é arguida na "Operação Lex", fica proibida de contactar um conjunto de pessoas e está suspensa de funções, indicou o advogado Paulo Sá e Cunha, que preferiu não divulgar os crimes de que a sua cliente é suspeita.
Tanto Rui Rangel como Fátima Galante foram suspensos preventivamente das suas funções pelo plenário do Conselho Superior da Magistratura, que também suspendeu a promoção ao Supremo Tribunal de Justiça de Fátima Galante
Além de Rui Rangel e de Fátima Galante, a Operação Lex tem pelo menos outros dez arguidos, entre os quais o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, o vice-presidente do clube Fernando Tavares e o ex-presidente da Federação Portuguesa de Futebol João Rodrigues.
Cinco dos arguidos que se encontravam detidos já foram ouvidos no Supremo Tribunal de Justiça, tendo saído todos em liberdade, e um deles pagou uma caução de 25.000 euros.
Na operação, desencadeada a 30 de janeiro, foram realizadas 33 buscas, das quais 20 domiciliárias, nomeadamente ao Sport Lisboa e Benfica, às casas de Luís Filipe Vieira e dos dois juízes e a três escritórios de advogados.