16 fev, 2018 - 07:14
Mais de 1.200 ataques de cães foram registados no ano passado pelas autoridades, segundo os dados da PSP e da GNR a que a agência Lusa teve acesso.
De acordo com estes dados, a PSP registou 965 participações por mordedura de cão - dados gerais englobando cães de todas as raças e sem raça definida - e a GNR 257, num total de 1.222 casos.
Segundo dados da PSP, foram registadas no ano passado 136 infrações por falta do uso de coleira ou peitoral, açaimo ou trela (dados globais de todos os cães) e 266 por falhas na vacinação obrigatória.
A PSP registou ainda quatro casos de abandono de animal, 139 de violação do dever especial de cuidado do detentor e detetou 364 infrações no registo de cães (dados globais).
Os dados facultados pela GNR indicam que houve 4.784 contraordenações relacionadas com o controlo das regras de circulação na via pública, a obrigatoriedade de vacinação, o registo e a identificação do animal.
Só 40 donos têm formação obrigatória
Mais de 17.700 cães perigosos e potencialmente perigosos estão registados em Portugal, mas só 40 pessoas receberam formação para poderem ter estes animais e apenas três treinadores de cães perigosos foram certificados pelas autoridades.
Segundo as alterações introduzidas à lei em 2013, apenas as pessoas com formação específica podem ter cães perigosos (com histórico de violência) ou potencialmente perigosos (devido às suas características físicas).
Apesar de a lei dizer que a GNR e a PSP são as entidades competentes para certificar os treinadores de cães perigosos e para dar a formação exigida aos detentores de cães perigosos ou potencialmente perigosos, os valores a pagar pela formação só ficaram definidos no ano passado, o que atrasou todo o processo formativo.
Segundo dados a que a agência Lusa teve acesso, a GNR certificou apenas três treinadores nos dois cursos que ministrou em 2017 e a PSP formou 40 detentores de cães perigosos ou potencialmente perigosos.
Para este ano, a GNR tem previstas outras ações de certificação para treinadores e está a decorrer o período de inscrições para a formação destinada a detentores de cães perigosos ou potencialmente perigosos.