16 fev, 2018 - 12:49
O Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP) considera que o seu director-geral "está a encapotar a verdade".
"Mais uma vez o senhor diretor está a tentar encapotar a verdade e a enganar a opinião pública", acusou o dirigente sindical Jorge Alves, confrontado com as declarações de Celso Manata, esta sexta-feira, na Renascença.
Celso Manata disse que não se demitia "apenas porque algumas pessoas do sindicato assim o entendem".
"O senhor diretor-geral também disse que isto é terrorismo sindical, mas não somos uns quantos, é a generalidade do corpo da guarda prisional", disse ainda Jorge Alves, que está, com cerca de 400 elementos do corpo da guarda prisional, frente às instalações da Direcção-geral, numa vigília de protesto.
Nos cartazes da vigília os guardas escrevem que "não aceitam ameaças nem ditadura".
Esta sexta-feira "termina o prazo para aplicar o despacho relativo aos novos horários, para aplicar a partir de abril nas outras cadeias", a razão que motiva o protesto.
O novos horários dos guardas são a principal razão para o pedido de demissão do diretor-geral das prisões. "O senhor diretor-geral mentiu mais uma vez", denuncia Jorge Alves, "quando disse que negociou o horário".
As negociações não foram o sobre o horário em si, mas sobre "o regulamento". O sindicalista considera que não foi um processo negocial efetivo, porque os guardas apenas puderam "dar uma opinião, mas o horário em si, foi imposto".
Segurança em causa?
O sindicalista Jorge Alves considera que com os novos horários põem em causa a segurança do sistema.
"Há uma quebra enorme e segurança, com uma redução significativa, de 3 para 1 nos horários até das 16h00 até às 20h00", explica.
"Não é possível apenas um terço do pessoal fazer o serviço a partir das 16h00", indigna-se Jorge Alves. Para além desta alteração nas horas regulares, as novas regras permitem também que o guardas trabalhem "mais quatro horas extraordinárias além do que está previsto", diz o sindicalista.
Celso Manata defende que o novo horário “põe mais pessoas a trabalhar e maior operacionalidade naquilo que tem a ver com a manutenção da ordem e segurança”.