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Autarcas do Douro Superior querem debater urânio na próxima Cimeira Ibérica

20 fev, 2018 - 21:23 • Olímpia Mairos

A exploração poderá causar graves danos ambientais em territórios como o Parque Natural do Douro Internacional e Alto Douro Vinhateiro.

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A Associação de Municípios do Douro Superior (AMDS) está preocupada com a anunciada instalação de uma exploração mineira de Urânio em Retordilho e quer que o assunto seja levado à próxima Cimeira Ibérica entre Portugal e Espanha.

“Esta exploração poderá causar graves danos ambientais em territórios como o Parque Natural do Douro Internacional, as Arribas do Douro, a Reserva da Biosfera e o Alto Douro Vinhateiro”, refere o presidente da Assembleia Geral da AMDS, Artur Nunes.

O também presidente da Câmara de Miranda do Douro mostra-se preocupado e entende que cabe aos “habitantes do território transfronteiriço alertar e fazer finca-pé para que a mina de urânio não seja aberta na zona de fronteira”.

O autarca lembra que os alertas para os potenciais riscos da exploração não são de agora, mas “estão a ser feitos há quase dois anos”, e defende uma “maior concertação entre os dois ministérios do ambiente”.

“Todos os assuntos de fronteira devem ser tratados de uma forma mais direta e devem fazer parte da cimeira anual entre os dois países”, considera.

À preocupação dos autarcas portugueses junta-se a do secretário-geral da Rede Ibérica de Entidades Transfronteiriças (RIET). O espanhol Xoan Mao considera que Espanha tem “obrigatoriamente” de partilhar com Portugal as ações em torno do projeto.

“É imperativo que as questões ligadas ao ambiente, numa área de 100 quilómetro para cada lado, tenham de ser consensuais entre os dois estados envolvidos”, defende.

O secretário-geral da Rede Ibérica de Entidades Transfronteiriças vai mesmo levar à próxima reunião executiva daquela entidade uma proposta, no sentido de pedir à Comissão Europeia legislação em matéria ambiental, para territórios raianos, que possibilite que um país vete ações que prejudiquem o país vizinho.

“A ideia é que um país possa vetar ações contra o meio ambiente, que venham a prejudicar os países vizinhos”, concretiza.

A Rede Ibérica de Entidades Transfronteiriças (RIET) é constituída por 32 organizações de proximidade à fronteira de Espanha e de Portugal.

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