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​Governo quer limitar vagas nas universidades de Lisboa e Porto. Reitores estão contra

22 fev, 2018 - 15:38

O objetivo é encaminhar os estudantes para o interior do país. Ouvidos pela Renascença, dois reitores criticam a medida.

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A proposta do Governo para limitar as vagas nas universidades em Lisboa e no Porto não está a ser bem recebida pelos reitores.

A proposta chegou esta quinta-feira de manhã aos reitores, no mesmo dia em que o ministro do Ensino Superior, Manuel Heitor, explicou, em entrevista à Antena 1, que a ideia é reduzir em 5% as vagas para encaminhar os estudantes para o interior do país.

O reitor da Universidade da Beira Interior diz que esta medida não vai resolver o problema. António Fidalgo considera até eu pode ser contraproducente.

“É pontual, é paliativa, pode soar muito bem, mas depois de examinada pode tornar-se um presente envenenado”, disse à Renascença o reitor da Universidade da Beira Interior.

António Fidalgo defende que o Interior do país tem é que oferecer melhores condições e, para isso, é preciso dinheiro, mais financiamento científico e isso não acontece.

O reitor dá um exemplo: os 55 milhões do orçamento para o emprego científico “ficam todos no litoral e as instituições no interior não têm sequer dinheiro para o funcionamento”.

No caso da Universidade da Beira Interior, o reitor diz que em 10 anos perdeu 13 milhões de euros de financiamento.

Se a proposta do Governo avançar, a Universidade do Porto perde 210 vagas, ou seja, 210 mil euros.

O reitor Sebastião Azevedo garante quer o problema essencial não é o financiamento e que o ministro devia apostar, sim, numa maior integração do território.

O reitor da Universidade do Porto fala até em projetos que podiam fazer essa ligação, mas que estão parados por falta de dinheiro.

“Temos um conjunto de projetos de investigação de grande alcance preparados há mais de um ano, mas que infelizmente estão parados, que precisam de um apoio significativo para serem desenvolvidos, são projetos estratégicos que têm um objetivo de integração do território muito grande e que estão parados”, lamenta Sebastião Azevedo.

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