23 fev, 2018 - 11:12
É já para semana que vai ser publicado o despacho para o concurso de médicos especialistas. A garantia foi deixada pelo ministro da Saúde no parlamento, depois de ter justificado o atraso com a falta de assinatura do ministro das Finanças.
Questionado pelo PSD sobre a falta de colocação de 700 médicos recém-especialistas, que na quinta-feira entregaram uma carta aberta no parlamento a apelar para a sua colocação nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), o ministro da Saúde referiu que o despacho será publicado na próxima semana, em "Diário da República".
Adalberto Campos Fernandes aproveitou ainda para afastar a ideia de qualquer foco de tensão no Governo.
A deputada Galriça Neto (CDS) acusou o ministro da Saúde de estar "cativo do ministro das Finanças", ao que o governante retorquiu afirmando que se sente hoje "mais ministro do que nunca", insistindo na coesão do Governo.
O diálogo aconteceu durante a sessão plenária sobre Saúde que decorre, esta quinta-feira, na Assembleia da República, onde Adalberto Campos Fernandes tem sido 'bombardeado' com perguntas dos deputados da oposição, mas também do BE e do PCP, sobre a carência de profissionais que atinge o setor.
Os novos protestos dos profissionais - como a greve dos enfermeiros, anunciada na quinta-feira -, assim como o atraso na publicação do concurso para a colocação dos médicos recém-especialistas nos hospitais têm dominado o debate, questões às quais o ministro da Saúde tem respondido com as medidas tomadas pelo Governo, nomeadamente a contratação de mais 7.500 profissionais.
Para Galriça Neto, Adalberto Campos Fernandes traça "um retrato cor de rosa da realidade".
"Seja ministro agora", apelou a deputada, questionado o ministro sobre o desbloqueamento de 500 milhões de euros para o pagamento das dívidas dos hospitais, que já deviam ter seguido para as unidades de saúde."O senhor está cativo do ministro das Finanças. Não se esconda atrás do ministro das Finanças", referiu.
Adalberto Campos Fernandes negou a existência de qualquer divergência, afirmando: "Nunca houve um governo tão coeso como este".
"Quem está aqui hoje é o ministro da Saúde e, perante o parlamento, assume as suas responsabilidades. Não aceitamos que estamos cativos uns nos outros. Estamos cativos do interesse público", declarou.
Além das medidas implementadas pelo Governo, o governante reiterou a intenção do executivo de proporcionar um médico de família a todos os portugueses, até ao final da legislatura.