07 mar, 2018 - 12:37 • João Cunha
Desde outubro que mais de uma centena de alunos da Escola Artística António Arroio, uma secundária em Lisboa, estão sem aulas de Inglês.
“Não foi possível, até à data, uma colocação de um professor que pudesse fazer a substituição da professora doente”, afirma à Renascença o diretor.
A professora que entrou de baixa tinha um horário de 14 horas letivas, um horário que não configura um horário completo para quem está em início de carreira ou para quem é normalmente candidato a estes concursos de recrutamento semanais, para suprir dificuldades verificáveis no decorrer do ano letivo.
As reservas de recrutamento têm os candidatos numa lista graduada, elaborada em junho e na posse do Ministério da Educação. Dela constam as preferências dos docentes – que, regra geral, optam por um horário letivo completo, de 22 horas. Como só há 14 horas por preencher, nenhum apresentará os requisitos para ocupar o lugar.
“Isto dá-nos um problema grave de alunos que estão sem aulas. Eu tenho uma grande preocupação. Meses sem avaliação vai fazer com que haja a necessidade de aplicar uma nota administrativa, porque os alunos não são culpados da não colocação de professor e o que vai acontecer é que este impasse vai se manter ao longo do resto do ano letivo”, prevê Rui Madeira.
Nem mesmo a contratação de escola, um recurso nestas situações, chegou para resolver o problema. “Já ocorreram três: a primeira ficou deserta porque o candidato não podia acumular com outro horário que tinha noutra escola; na segunda ninguém apareceu e, nesta última, a candidata não aceitou o horário”.
Impõe-se, assim, a necessidade de encontrar outras soluções, como, por exemplo, “haver a possibilidade de ‘ajeitar’ um horário mais compatível com os pedidos que são feitos”, defende o diretor.
A direção da escola já informou a secretária de Estado Adjunta e da Educação, pedindo auxílio para resolver o problema. Mas há quase três semanas que aguarda por uma resposta.