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​“E-Toupeira”

Juízes alertam para falta de segurança das plataformas informáticas da justiça

08 mar, 2018 - 08:07

Apelo surge no âmbito do “e-toupeira”. Um dos arguidos do caso é técnico informático do Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça.

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A Associação Sindical dos Juízes pede uma remodelação do sistema informático e das plataformas informáticas da justiça, após o processo "e-toupeira", que envolve um dirigente do Benfica.

“Temos falado sempre na necessidade premente de melhorar o sistema. Era bom que houvesse capacidade para a criação de um sistema informático novo, mas tendo consciência que isso importará um alocar de recursos financeiros, enquanto isso não for possível, que pelo menos que o sistema atual seja melhorado e reforçado, exatamente no sentido de não ser tão permeável a acessos indevidos às informações que estão no sistema”, diz à Renascença a presidente da associação sindical, Manuela Paupério.

O apelo surge no âmbito do caso “e-toupeira”. Na quarta-feira ficou detido preventivamente um dos arguidos do caso, José Augusto Silva, técnico informático do Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça.

Está indiciado pelos crimes de corrupção passiva, favorecimento pessoal, peculato, burla informática, falsidade informática, nove crimes de acesso ilegítimo e mais quatro crimes de violação de segredo de justiça, estes em coautoria com o assessor jurídico do Benfica, Paulo Gonçalves.

Na terça-feira, a Polícia Judiciária deteve José Silva e Paulo Gonçalves no âmbito da operação 'e-toupeira', depois de ter realizado 30 buscas nas áreas do Porto, Fafe, Guimarães, Santarém e Lisboa. O interrogatório dos dois arguidos detidos começou na tarde de quarta-feira no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa e terminou por volta das 22h30 do mesmo dia.

Ao que a Renascença apurou, a Benfica SAD pode também ser constituída arguida.

A decisão não foi ainda tomada, mas os investigadores não descartam essa possibilidade, caso venham a obter indícios suficientes de que Paulo Gonçalves agiu no interesse do Benfica.

A hipótese está em aberto desde que a operação foi planeada e continua em cima da mesa.

IGFEJ garante segurança e cooperação

Através de um comunicado, o Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça (IGFEJ) esclarece que a “entidade responsável pela gestão do sistema informático CITIUS implementou um conjunto de medidas que permitem melhor identificar o acesso aos processos judiciais que se encontram em tribunal e que são tramitados através deste sistema”.

“As medidas de segurança permitem a identificação de potenciais situações de utilização fraudulenta e de usurpação de identidade. O acesso à informação que consta do CITIUS é restrito e limitado, com níveis de permissão diferenciados, sendo o sistema seguro contra intromissão externa e dispondo de registos de auditoria interna”, pode ler-se.

Na mesma nota revela que o instituto tem vindo a cooperar, desde Outubro de 2017, com o Ministério Público e a Polícia Judiciária na investigação.

Comentários
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  • Filipe
    08 mar, 2018 évora 22:11
    Só existe falta de segurança porque existem juízes e funcionários que são sócios de clubes desportivos e bebem uns canecos nos intervalos dos jogos ...
  • DR XICO
    08 mar, 2018 LISBOA 11:15
    Se fosse só na justiça?? nos hospitais qualquer administrativo tem acesso através da plataforma ao boletim clinico, análises (até da hepatite ou sida) de qualquer doente, isto configura crime, falta de privacidade uma vergonha mas ninguém faz nada. HÁ MUITA INCOMPETÊNCIA INFORMÁTICA NO ESTADO.
  • Vai lá,vai
    08 mar, 2018 Lisboa 09:36
    Os Portugueses alertam para a falta de confiança na Justiça

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