08 mar, 2018 - 11:01
“Foi ativado um plano de contingência para proteger as pessoas contra eventuais quedas de elementos que se possam desprender”, confirma à Renascença o diretor do Palácio Nacional de Mafra. Mário Pereira fala de um “problema muito antigo que começou em 2004”.
Desde essa data que há sinos presos por andaimes. A situação foi-se arrastando, ao ponto de agora ser necessário interditar a circulação de pessoas na zona frontal do monumento.
O diretor revela que a obra está adjudicada, mas a burocracia impediu, até agora, que fosse reposta a segurança. “Nós temos já um contrato assinado, desde o ano passado, com uma empresa para intervencionar os carrilhões”.
Mas segundo Mário Pereira, “há toda uma tramitação burocrática que está a decorrer”, sobretudo quando as verbas não são da própria Direção-Geral do Património Cultural.
Contactada pela Renascença, a DGPC esclarece que a adjudicação foi feita em Outubro de 2017 e, que o facto de “ter mudado o ano económico” obriga a mais alguns procedimentos administrativos, antes de existir o necessário visto do Tribunal de Contas.
Em 2013, os sinos e carrilhões de Mafra foram considerados um dos 'Sete sítios mais ameaçados na Europa', pelo movimento de salvaguarda do património Europa Nostra.
A sua recuperação é considerada urgente por haver sinos presos por andaimes desde 2004, situação que é monitorizada com periodicidade pelos técnicos da DGPC e outros especialistas.
O escoramento dos sinos, alguns deles a pesar 12 toneladas, tem sido usado como solução provisória para garantir a sua segurança e das estruturas de suporte, em madeira, que estão apodrecidas, assim como das pessoas que circulam frente ao palácio.
Os dois carrilhões e 119 sinos que marcam as horas e os ritos litúrgicos constituem o maior conjunto sineiro do mundo, sendo, a par dos seis órgãos históricos e da biblioteca, o património mais importante do palácio.