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​“A resposta para o morrer mal em Portugal está longe de ser matar as pessoas”

13 mar, 2018 - 11:40

Diretora do Instituto de Bioética considera que debate é “desadequado” quando há listas de espera “surreais” para consultas de doenças oncológicas ou acesso a cuidados continuados e paliativos.

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A diretora do Instituto de Bioética, Ana Sofia Carvalho, considera que o debate em torno da legalização da eutanásia é “desadequado”.

Em declarações à Renascença, Ana Sofia Carvalho, que é também membro do Conselho de Ética para as Ciências da Vida, reconhece que se “morre mal em Portugal”, mas garante que a resposta a essa questão não passa por “matar as pessoas”.

“Aquilo que acontece hoje é que realmente a resposta para o morrer mal em Portugal está longe de ser a questão de matar as pessoas. Há um conjunto de circunstâncias e há um conjunto de falta de apoio às pessoas em processo de fase final da sua vida que leva que este debate seja completamente desadequado nesta altura e nesta fase”, afirma.

Ana Sofia Carvalho dá como exemplo os “números tão surreais como esperas a nível de consultas oncológicas, faltas em cuidados continuados, faltas em cuidados paliativos”.

“Isso deve ser realmente o grande foco de resolução antes de se avançar para uma solução tão radical como é realmente permitir às pessoas pedirem a sua própria morte”, remata a especialista.

A opinião de Ana Sofia Carvalho surge a propósito da divulgação de dois pareceres negativos sobre os projetos um do PAN e outro do Bloco de Esquerda sobre a eutanásia.

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