14 mar, 2018 - 19:06 • João Carlos Malta , João Cunha
A data para limpar as matas imposta Assembleia da República estava perto do fim, faltavam duas semanas. Na freguesia de Amêndoa, em Mação, um homem de 65 anos quis queimar os sobrantes. Juntou tudo num monte e pegou-lhe fogo. Mas em poucos minutos, tudo ficou fora de controlo.
A queimada transformou-se num incêndio e o sexagenário não lhe conseguiu fugir. Ainda chamou os bombeiros pelo telefone, mas quando lá chegaram, o homem já não respirava.
A história foi contada na Tarde da Renascença, emitida a partir de Mação, por uma moradora de uma freguesia vizinha, Filomena Gaspar, para ilustrar as dificuldades que no interior existem para efetivar a limpeza das matas.
“Nesta altura toda a gente concorda que há mau tempo para fazer a limpeza”, afirma Filomena Gaspar. Mas há duas semanas, segundo esta habitante, o problema era outro: como acabar com os sobrantes.
“Todos sabem que neste concelho os sobrantes queimam-se”, reitera. A testemunha atribui esta solução única, a “uma zona desertificada” e que mesmo com tempo quente as pessoas optam por fazer queimadas para limpar os matos.
“Foi o que aconteceu com este senhor que fez fogo, ele descontrolou-se e transformou-se num incêndio”, conta.
“Ainda chegou a chamar os bombeiros, mas quando chegaram já encontraram cadáver”, finalizou Filomena.
No Verão passado, 70% do concelho de Mação, distrito de Santarém, ficou queimado pelos fogos que assolaram a região centro. Uma parte desses fogos poerá ter sido originado por queimadas dos locais.
O Presidente da Câmara de Mação, Vasco Estrela, vai ser ouvido pela Inspeção-Geral da Administração Interna sobre as responsabilidades nos fogos.
Esta quarta-feira, em declarações ao programa Carla Rocha - Manhã da Renascença, o ministro da Agricultura, Capoulas Santos, confirmou que o prazo para a limpeza de matos não vai ser alargado e termina na quinta-feira.