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DGS. Profissionais de saúde devem receber duas doses da vacina do sarampo

16 mar, 2018 - 10:58

Triplicaram os casos de sarampo nos últimos dias: há 21 pessoas infetadas no norte do país e 21 casos suspeitos.

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Os profissionais de saúde são o único grupo a quem são recomendadas duas doses de vacina contra o sarampo, independentemente da idade, segundo uma norma da Direção-Geral da Saúde (DGS), atualizada a propósito do surto atual.

O número de casos de sarampo confirmados na região norte subiu para 21, segundo os últimos dados da DGS.

Dos 51 casos suspeitos, entre os quais estão os 21 confirmados, 45 têm ligação laboral ao Hospital de Santo António, no Porto.

A DGS atualizou, esta sexta-feira, a norma dirigida aos médicos e enfermeiros do sistema de saúde sobre os procedimentos em unidades de saúde, na qual é recordado o número de doses de vacina recomendados, de acordo com a idade.

Aos menores de 18 anos, são recomendadas duas doses de vacina VASPR (antisarampo, antiparotidite e antirubéola), aos 12 meses e aos cinco anos de idade.

Para os adultos a recomendação é de uma dose aos nascidos em 1970 ou após este ano, não sendo recomendada qualquer dose para os nascidos antes de 1970, uma vez que cerca de 99% da população nascida antes desta data tem proteção contra o sarampo, de acordo com o Inquérito Serológico Nacional 2015/2016.

A exceção vai para os profissionais de saúde a quem são recomendadas duas doses, independentemente do ano de nascimento.

O que precisa de saber sobre o sarampo
O que precisa de saber sobre o sarampo

No seguimento do número de casos suspeitos de sarampo que atinge vários profissionais de saúde neste surto, o presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares (APAH) defendeu um consenso alargado com as ordens e sindicatos dos profissionais de saúde para uma campanha pelo cumprimento do Programa Nacional de Vacinação.

Alexandre Lourenço admitiu, contudo, que, se não resultar, os hospitais podem tomar outras medidas. "Temos de saber dosear a problemática sem entrar na liberdade de cada um e começar pela sensibilização. Se não for um sucesso, temos de pensar noutro tipo de medidas, que podem passar pela definição de requisitos para o exercício da profissão", afirmou, em declarações à Lusa, o presidente da APAH.

No ano passado, Portugal teve dois surtos simultâneos de sarampo (num total de 29 casos), que chegaram a provocar a morte de uma jovem de 17 anos.

Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), "cada nova pessoa afetada pelo sarampo na Europa relembra que crianças e adultos não vacinados, independentemente de onde vivam, continuam em risco de contrair a doença e de a passar a outros que possam ainda não estar vacinados".

Segundo os dados de 2017, mais de 87% das pessoas que contraíram sarampo não estavam vacinadas.

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