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Aprender a programar e a pensar de forma criativa? Já acontece em 40 escolas

19 mar, 2018 - 11:55 • Manuela Pires

O projeto GENIOS, que ensina os mais novos a programar, quer chegar a cinco mil alunos, sobretudo de escolas com menos recursos.

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Ensinar os alunos a criar programas de computador, mesmo que as crianças não tenham acesso fácil a um aparelho. É esta a premissa do programa GENIOUS Portugal, uma parceria entre a Google.org, a associação espanhola Ayuda en Acción e a SIC Esperança.

Mas afinal, como funciona? A Renascença foi à escola EB 2 3 de Vialonga, em Vila Franca de Xira, aprender com os alunos.

“O Scratch é uma plataforma para criar jogos educativos e histórias”, conta o José, de 11 anos, e um dos programadores.

A explicação é simples porque esta linguagem de programação criada em 2007 pelo Media Lab do MIT (Massachusetts Institute of Technology) é muito fácil de usar. Desde 2013 que o Scratch está disponível online de forma gratuita.

Os alunos de quatro turmas desta escola do 5º e 6º anos estão integrados no projecto apresentado no verão passad, que está a decorrer em 40 escolas, vai abranger cinco mil alunos e 500 professores. O objetivo é reduzir o fosso nas competências digitais e promover a igualdade de oportunidades na área digital entre os mais novos, reduzindo as barreiras socioeconómicas.

O José frequenta o quinto ano e fez um trabalho sobre a tradição tauromáquica no concelho de Vila Franca de Xira. Escolheu as imagens, colocou pequenos textos informativos e ao mesmo tempo colocou perguntas sobre o tema.

Na escola é dia de apresentação dos trabalhos e há um burburinho entre os alunos, todos querem explicar como se trabalha com o programa.

Tiago Semedo explica que “o trabalho que fizemos foi para a disciplina de História e geografia de Portugal. Temos várias perguntas e damos três hipóteses de resposta”.

A EB 2 3 de Vialonga está integrada num meio carenciado, com uma grande comunidade imigrante, onde ainda não chegaram as obras da Parque Escolar e onde existem poucos computadores.

O diretor do agrupamento de escolas da Vialonga, Nuno Santos, diz à Renascença, que quer manter o projeto na escola. “Há vários professores de áreas disciplinares diferentes que tiveram formação, estão integrados e podem continuar a trabalhar com os alunos. O único problema é que a escola tem poucos computadores”, lamenta.

José Cruz é professor de informática noutra escola, mas está aqui como professor do Scratch. Já acompanhou várias turmas e diz que esta ferramenta permite trabalhar outras competências dos alunos, “eu tinha um grupo que recusava trabalhar em conjunto, até viravam as costas uns aos outros, mas no final do trabalho conseguiram ultrapassar as divergências, e colaboraram uns com os outros”.

Aprender a programar é pensar de uma forma criativa e trabalhar em colaboração e com esta ferramenta os alunos aprendem também a resolver vários problemas. Ana Cristina Sampaio é diretora do Centro de Formação de Professores de Loures Oriental e está a coordenar o projeto nas escolas da área de Lisboa.

Ana Cristina Sampaio garante que o Scratch é uma ferramenta extraordinária porque permite desenvolver muitas competências que vão ser úteis na vida do dia-a-dia, porque assenta na resolução de problemas.

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