21 mar, 2018 - 14:05
“Condições meteorológicas absolutamente excepcionais” estiveram na origem dos grandes fogos de outubro, afirmou o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, numa primeira reação ao relatório da Comissão Técnica Independente (CTI).
“Não tendo sido possível fazer uma análise plena nas poucas horas disponíveis, realçar quanto a CTI destaca as condições naturais, meteorológicas absolutamente excepcionais que determinaram uma dispersão de ocorrências traduzida em várias centenas de incêndios de significativa dimensão em praticamente toda a região Centro e parte da região Norte, entre os dias 14 e 16 de outubro”, declarou Eduardo Cabrita, em conferência de imprensa.
O ministro sublinhou que a dimensão de ocorrências, associada ao impacto do furação Ofélia no território nacional, “determina uma circunstância que é identificada como única no contexto nacional e como a maior ocorrência desta natureza na Europa do Sul em 2017”.
Sobre as conclusões que responsabilizam diretamente as opções do Governo, como a redução de meios após a fase Charlie mesmo apesar do risco atmosférico se manter, Eduardo Cabrita não respondeu a esse tipo de perguntas.
O ministro disse que não vai cair na tentação de dizer o que teria feito se fosse responsável pela pasta na altura dos grandes fogos do ano passado.
O governante sublinha que a grande prioridade é proteger as populações, apostar na prevenção dos incêndios e também "olhar para os desafios de médio e longo prazo", como o combate às alterações climáticas, a reforma da floresta e a valorização económica e social do interior.
“A melhor forma de para estarmos prontos, é centrarmos a atenção na prevenção. E se há elemento novo na sociedade portuguesa que tem marcado os últimos meses é a prioridade absoluta que tem sido dada por todos à prevenção de riscos de incêndios florestais. Por isso, o esforço notável, como nunca foi anteriormente efetuado de limpeza da floresta, de envolvimento de toda a sociedade civil, de estruturas do Estado, de proprietários, das autarquias, das empresas, num esforço de limpeza da floresta. Essa é hoje já uma batalha ganha por essa consciência coletiva que hoje existe na sociedade portuguesa”, salientou Eduardo Cabrita.
Nesta conferência de imprensa, o ministro enumerou as medidas que o Governo está a tomar na área da Proteção Civil para melhorar o combate a incêndios e a outras catástrofes naturais.
Questionado sobre a responsabilidade que o relatório atribui à EDP no incêndio da Lousã, o Eduardo Cabrita disse que o Governo não é nem será juiz, mas estará muito atento às obrigações que cada entidade e empresa têm.