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Surto de sarampo está na "fase final"

26 mar, 2018 - 16:06

O secretário de Estado da Saúde destaca o facto de não terem sido registados novos casos positivos no mais recente balanço da Direção-Geral da Saúde.

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O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo disse, esta segunda-feira, que o surto de sarampo em Portugal "está em fase final", invocando o boletim da Direção-geral da Saúde (DGS), que não regista novos casos positivos.

"Hoje, o relatório da DGS já indica que não temos mais nenhum caso novo confirmado. Temos tido, nos últimos dias, um caso por dia, portanto estamos numa fase final do surto", afirmou o governante.

O boletim da DGS, hoje divulgado, diz que dos 70 casos de sarampo confirmados no atual surto em Portugal, 44 doentes já estão curados, adiantando que não há registo de novos casos positivos desde domingo.

A DGS regista ainda que há outros 26 casos em investigação e que mais de 150 casos já se revelaram negativos.

Fernando Araújo, que falava aos jornalistas à margem da cerimónia que assinalou a entrada em funcionamento de 20 camas de cuidados de Média Duração e Reabilitação da unidade da Gelfa, do Instituto São João de Deus, em Caminha, sublinhou e agradeceu "a capacidade" dos profissionais da Saúde Pública que, "num curto espaço de tempo, identificar os contactos e promover a vacinação".

"É preciso sublinhar o facto de o país ser um dos países europeus com maior taxa de vacinação. Na região Norte temos mais de 98% dos portugueses vacinados. Tivemos boas condições para conter este surto e limitar a sua disseminação", afirmou.

"O Serviço Nacional de Saúde (SNS) funcionou. Todos os casos tiveram, felizmente, um prognóstico muito favorável. Mas também estamos sempre a apreender e, no caso dos profissionais de saúde, serviu para sensibilizar para a importância da vacinação e para nos prepararmos para novos surtos que possam ocorrer no futuro", acrescentou.

O atual surto de sarampo em Portugal atingiu mais do dobro das pessoas do que os dois surtos de 2017 e fez com que, num ano, se registasse uma centena de casos num país considerado zona livre da doença.

Entre 2017 e 2018 Portugal quintuplicou o número de casos de sarampo que tinha registado em quase dez anos. Entre 2006 e 2014 houve apenas 19 casos da doença, quase todos importados.

O sarampo é, aliás uma das infeções virais mais contagiosas e, apesar de habitualmente ser benigna, pode ser grave e levar à morte, segundo as autoridades de saúde.

Ao nível de 50 países da região europeia considerada pela OMS, o sarampo provocou 35 mortes só ano passado, incluindo a registada em Portugal. Ao todo foram cerca de 20 mil os infetados.

Também um balanço do Centro Europeu de Controlo de doenças dá conta de 14 mil casos de sarampo em 30 países em 2017, triplicando o número de casos da doença relativamente a 2016.

O atual surto em Portugal tem infetado maioritariamente pessoas com ligação laboral ao hospital de Santo António, no Porto. Das 70 infetadas, pelo menos 24 estão curadas e permanecem em investigação outros 29 casos, segundo a DGS.

Todos os doentes são adultos e apenas 14% não estavam vacinados e mais 9% tinham o esquema vacinal incompleto.

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