29 mar, 2018 - 12:24
O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, garante que Portugal terá este ano os melhores meios aéreos de combate a incêndios de sempre.
"Temos este ano o melhor quadro de defesa do país com meios aéreos que alguma vez que tivemos", assegurou o ministro, esta quinta-feira, em Lisboa, quando confrontado com os problemas que o Governo está a ter para tornar operacional o conjunto de helicópteros (pesados e ligeiros) que foram anunciados como fazendo parte do dispositivo de combate.
Sobre o encerramento do hangar da frota de helicópteros Kamov em Ponte de Sor pela Proteção Civil, Eduardo Cabrita diz que a decisão foi tomada com vista à "salvaguarda do cumprimento de uma relação contratual com uma entidade privada" sobre a qual não se iria pronunciar.
No entanto, o ministro sublinhou que a entidade privada "está em reiterado incumprimento" e repetiu a necessidade de "defender o interesse público".
O MAI afirma que Portugal vai ter algo que nunca teve: "Vamos ter ao longo de todo o ano, o que nunca aconteceu, uma resposta quer em helicópteros, quer em aviões, que estarão à disposição do país todo o ano".
Sobre a segunda tentativa falhada do governo para alugar meios aéreos para o combate aos incêndios, Eduardo Cabrita diz que o Governo vai esperar que o concurso termine, "naquilo que é a sua aplicação normal das regras contratação pública".
O Executivo queria alugar 40, mas só conseguiu 12 helicópteros para o combate a incêndios no verão. O ministro não confirmou se os restantes 28 aparelhos em falta no dispositivo serão ou não contratados através de ajuste direto.
"O que podemos já hoje garantir é que estaremos melhor do que em anos anteriores, quer em matéria de apoio de helicópteros quer de apoio de aviões ao longo, não da época de risco, porque isso acabou", disse o MAI, mas ao longo de todo o ano.
Questionado pelos jornalistas se haverá terceiro concurso para aluguer de meios aéreos, Eduardo Cabrita não respondeu.
"O governo adota as recomendações da comissão técnica independente e por isso teremos helicópteros e aviões e teremos mecanismos de resposta todo o ano", concluiu.
Russos furiosos
Segundo a TSF, os técnicos russos que estavam a reparar os helicópteros ficaram "muito furiosos" com o encerramento do hangar.
A rádio falou com Ricardo Dias, da empresa Everjets, que adiantou que os técnicos da Kamov até já abandonaram o país. "Os indícios e a forma abrupta como foi tomada de assalto as instalações e retirados os cartões de acesso a toda a gente e dada a ordem de saída e vedado o acesso, tudo selado, tudo retirado do hangar rapidamente indicia que algo de muito grave se estaria ali a passar, quando na realidade não se estava a passar nada de grave", diz Ricardo Dias.
[Notícia atualizada às 14h09]