31 mar, 2018 - 11:06 • Susana Madureira Martins
As solenidades da Semana Santa em Pedrógão Grande começaram há quinze dias, com a Procissão do Senhor dos Passos, a partir da Capela do Calvário para a Igreja Matriz da vila. A partir do Domingo de Passos os pedroguenses multiplicaram-se em ofícios e procissões.
Este Sábado Santo é dia de parar e reflectir, à espera da Vigília Pascal, que segue noite dentro a partir das 23 horas.
O convite para essa reflexão é feito, de resto, pelo padre de Pedrógão Grande, Júlio Santos, que em conversa com a Renascença referiu que estes dias, e em especial este Sábado Santo, “são dias mais voltados para o silêncio e para a reflexão”, em que “a Igreja convida a reflectir sobre o sofrimento humano”.
Ele próprio um pedroguense nascido e criado na vila diz que este “é um momento de silêncio e de interiorização que traz uma certa calma à vila e uma vivência mística a este povo que já tem isso enraizado por tradição”.
De resto, Pedrógão Grande faz questão de gozar esse momento de reflexão e em conjunto, com a tradicional Procissão do Silêncio, na Sexta-Feira Santa, em que as pessoas seguem o percurso pela vila em completa reserva e sem falar.
Este é um Sábado Santo especial, como já foi especial o Natal e como especiais têm sido todos os dias desde os incêndios do Verão do ano passado. Esta é uma comunidade que não quer ficar bloqueada nessa memória, “procura-se ser normal, que a vida tem de voltar ao normal”, insiste o padre Júlio Santos.
Questionado sobre como é que em momentos como a Páscoa se vive depois dessa tragédia, o pároco de Pedrógão Grande admite que “um pastor está sempre a lembrar acontecimentos que passam, as pessoas que partiram principalmente as dos últimos fogos”, sublinhando essa busca pelo “ser normal”, porque a “Páscoa é eterna, sempre”, acrescenta.