09 abr, 2018 - 06:42
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As aldeias vão ter um "oficial de segurança" para transmitir avisos à população, organizar evacuações e realizar ações de sensibilização sobre incêndios no âmbito dos programas “Aldeia Segura” e “Pessoas Seguras”, apresentados esta segunda-feira.
O “oficial de segurança” será alguém nomeado pela junta de freguesia ou pela população e é a grande novidade destes planos, desenvolvidos em parceria com as autarquias.
O objetivo de “Aldeia Segura” e do “Pessoas Seguras” é prevenir e diminuir os efeitos dos incêndios. Destinam-se a todo o país, mas têm como principal alvo os 189 municípios que possuem freguesias de risco.
“Gestão de combustível, plano de evacuação de aldeias e campanha de sensibilização” são as principais vertentes destes planos, segundo a informação do Ministério da Administração Interna (MAI) avançada à agência Lusa.
Os programas estabelecem também a definição de locais de refúgio nas aldeias e a sensibilização das populações para o que fazer em caso de incêndio e como evitar comportamentos de risco, bem como a sinalização de caminhos de evacuação nos aglomerados populacionais, adianta o MAI.
Está ainda prevista uma campanha a nível nacional, com início em maio, que vai passar nas rádios, televisões, jornais e redes sociais, que tem como tema central as medidas gerais de autoproteção.
O MAI estima que os dois programas, que vão ser sobretudo dinamizados pelos municípios e juntas de freguesia, sejam implementados a partir de maio.
Os planos são apresentados e lançados em Ansião (Leiria), numa cerimónia com a presença do ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, durante a qual será assinado um protocolo entre a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) e a Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE) para a concretização do “Aldeia Segura” e “Pessoas Seguras”.
No âmbito do protocolo que vai ser assinado, a ANPC vai distribuir sinalética e 10.000 “kits” de autoproteção a nível nacional e outros materiais, enumerar critérios para a identificação de locais de refúgio, criar mecanismos de aviso à população, definir condutas pessoais de autoproteção a adotar pelos cidadãos, realizar campanhas locais e nacionais de sensibilização e de informação sobre as medidas autoproteção e promover simulacros.
A ANPC vai igualmente criar medidas de prevenção, identificação de refúgio e sinalização de evacuação, bem como densificação da rede automática de avisos à população.
Por sua vez, a ANMP e a ANAFRE vão colaborar na divulgação dos documentos produzidos pela ANPC, fazer sessões de esclarecimento às populações, criar as medidas de prevenção, identificação de refúgio e sinalização de evacuação previstas nos programas “Aldeia Segura” e “Pessoas Seguras” e aplicar no terreno mecanismos de aviso à população, em especial durante os períodos de maior risco.
Em junho do ano passado, o incêndio que começou em Pedrógão Grande lavrou durante uma semana e provocou, pelo menos, 66 mortos e mais de 200 feridos. Em outubro, o fogo que consumiu floresta entre os dias 14 e 16 matou 48 pessoas.