Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Crianças fazem quimioterapia no corredor do Hospital de São João

10 abr, 2018 - 09:04

Unidade admite que são "indignas" as condições na pediatria oncológica e culpa o Governo. O Ministério da Saúde ainda não libertou a verba - prometida em junho - para efectuar obras no serviço.

A+ / A-

Há crianças com cancro a fazer quimioterapia no corredor do Hospital de São João, no Porto. A denúncia é feita pelos pais e, de acordo com o “Jornal de Notícias”, esta e outras queixas apontadas ao serviço já foram encaminhadas à administração do centro hospitalar.

A falta de condições estende-se à "Unidade do Joãozinho", para onde as crianças são encaminhadas quando têm de ser internadas e que funciona há quase dez anos em contentores, fora do edifício central do hospital.

À Renascença, o porta-voz do centro hospitalar, Ivo Caldeira, reconhece que os médicos fazem o possível em “condições indignas”, estando à espera que o Ministério da Saúde liberte a verba - prometida em junho - para efectuar obras no serviço.

Bastonário dos Médicos: Adalberto "tem que bater o pé" a Centeno

Por seu lado, o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, lamenta a situação e acusa a tutela de nada fazer. “É lamentável que o ministro da Saúde ainda não tenha resolvido uma situação que é muito fácil. O que se está a pedir não é a construção de um hospital novo, é que as crianças e os profissionais, que estão em contentores no jardim do São João, passem para dentro do hospital. Claro que é preciso fazer algumas obras, que custam dinheiro, e, por isso, essa situação não está a ser a ser resolvida”.

Miguel Guimarães desafia o ministro da Saúde a ser mais firme perante o seu colega das Finanças. “O ministro das Finanças não é o responsável pela saúde dos portugueses. Se as situações não se resolvem, se se arrastam no tempo, se existem pessoas a sofrer, o responsável direto é o ministro da Saúde. Ele tem que bater o pé, no Conselho de Ministros, ao responsável das Finanças, porque, se ele não tem capacidade para o fazer, não consegue governar a saúde em Portugal”.

O Ministério da Saúde promete a libertação das verbas para breve, mas não avança uma data precisa.

Condições “indignas” e “miseráveis”

O presidente do Hospital de São João, no Porto, admite que as condições do atendimento pediátrico são “indignas” e “miseráveis”, lamentando que a verba para a construção da nova unidade ainda não tenha sido desbloqueada.

“Há um protocolo assinado, temos um projeto pronto para entrar em execução e não temos o dinheiro libertado que torne possível a execução desse projeto”, afirmou António Oliveira e Silva.

O responsável disse que as obras que não dependem dessa verba têm vindo a ser realizadas, nomeadamente, o novo centro ambulatório para a pediatria, que fica disponível a partir de 15 de junho.

[notícia actualizada às 12h20, com declarações do presidente do Centro Hospitalar do São João]

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Judite Gonçalves
    10 abr, 2018 Barreiro 11:54
    Devo ou não levar o meu papagaio ao restaurante? E já agora posso levar também os meus quatro cães? E já agora como evitar que os doentes tragam muitas despesas ao Estado? Estas são as questões que preocupam a mata que nos governa neste momento. Em vez de se preocuparem com a saúde e a educação. Estas crianças, os seus familiares e os profissionais de saúde merecem mais e melhor, eles não pedem um novo hospital, apenas obras no que já existe, mas se pedisse um novo hospital, não era uma extravagância. As doenças oncológicas já deixam os doentes e familiares no estado de fragilidade e stress, ainda por cima tratando-se de crianças. Não digo que o governo não se preocupe com o défice, mas o dinheiro que injetam nos bancos falidos, pode ser muito bem canalizado para dar melhores condições as estas crianças. Quem levou os bancos à falência que devolva o que tirou, ou que pague pela sua má gestão. Acho que por vezes faz falta a esta gente saber colocar-se no papel dos pais destas crianças.
  • André Souza
    10 abr, 2018 Vila Pouca de Aguiar 10:58
    Onde estão as vozes do BLOCO (BE) / PAN/ COMUNISTAS E VERDES? tão amigos dos animais irracionais.... Já sabemos que o PS/PSD/CDS ou cativam ou preparam tachos....até convidam dirigentes desportivos para falarem no Parlamento!!! Temos um 1º ministro e um PR tão simpáticos tão "selfies"...as crianças Senhor!!!

Destaques V+