16 abr, 2018 - 18:13 • Agência Lusa
O Fundo Revita permitiu já concluir a reconstrução de 149 das 265 casas de primeira habitação afetadas pelos incêndios de junho de 2017, com o concelho de Pedrógão Grande a envolver o maior volume de intervenções.
"As 265 casas de primeira habitação estão todas em andamento. Deste conjunto, à data do presente relatório, destacam-se 249 casas em fase mais avançada, nomeadamente 100 habitações com obras em execução e 149 já concluídas", apurou o terceiro relatório trimestral.
O documento foi publicado esta segunda-feira no site do Fundo Revita, instrumento criado pelo Governo para apoiar as populações e a revitalização das áreas afetadas pelos incêndios ocorridos em junho do ano passado nos concelhos de Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos e Pedrógão Grande.
Além destes três concelhos, as 265 casas de primeira habitação alvo de obras de reconstrução desenvolvidas pelo Fundo Revita, através de protocolos com os outros fundos, localizam-se também nos municípios adjacentes de Góis, Pampilhosa, Sertã e Penela.
Neste âmbito, foram celebrados protocolos com os principais fundos constituídos a partir de donativos destinados à reconstrução dos territórios atingidos, nomeadamente a União das Misericórdias Portuguesas, a Fundação Calouste Gulbenkian e a Cáritas Diocesana.
O Fundo Revita celebrou ainda um protocolo com a Cruz Vermelha Portuguesa para que esta assuma o papel de Coordenadora Logística de Apetrechamento, exercendo funções de suporte no âmbito da estratégia de apetrechamento das habitações afetadas e na preparação das respetivas propostas de afetação de recursos.
De acordo com o terceiro relatório trimestral, o Fundo Revita é diretamente responsável pela reabilitação de "96 casas com um perfil de intervenção mais exigente, já que se tratam, na sua maioria, de reconstruções integrais", o que corresponde a 36% do total das 265 casas de primeira habitação a reabilitar.
Até ao final de março deste ano, quase todas as casas a reabilitar diretamente pelo Fundo Revita encontravam-se já em execução ou concluídas, segundo o documento hoje publicado. "Das obras realizadas pode-se constatar que mais do que 42% das intervenções são acima dos 25 mil euros, sendo o concelho de Pedrógão Grande aquele que envolve maior volume de intervenções", revelou o Fundo Revita, adiantando que "a execução financeira é naturalmente mais faseada, encontrando-se pago, no que diz respeito a habitações, o valor total de 862.324,58 euros".
Relativamente ao apetrechamento das casas reconstruídas, o processo está concluído em 15 habitações, indicam os dados recolhidos até 31 de março. "No concelho de Figueiró dos Vinhos, de um total de seis habitações a apetrechar neste território, cinco estão já equipadas. Em Castanheira de Pera, com 14 habitações para apetrechar, encontram-se duas em processo de equipamento e duas concluídas. Em Pedrógão Grande estão previstas 51 unidades para apetrechamento, estando oito habitações concluídas e seis casas em fase de reequipamento", apontou o relatório.
Os incêndios que deflagraram na zona de Pedrógão Grande, distrito de Leiria, em junho do ano passado, provocaram 66 mortos: a contabilização oficial assinalou 64 vítimas mortais, mas houve ainda registo de uma mulher que morreu atropelada ao fugir das chamas e uma outra que estava internada desde então, em Coimbra, e que acabou também por morrer. Houve ainda mais de 250 feridos.