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Vigília em Belém contra lei de mudança de género pede veto de Marcelo

19 abr, 2018 - 00:30

Os organizadores deixaram uma carta ao Chefe de Estado.

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Quase uma centena de pessoas juntou-se em frente da Presidência da República numa vigília para pedir o veto do Presidente à lei aprovada no Parlamento que permite a mudança de género a partir dos 16 anos.

Com um cartaz onde se lia "Somos pais indignados, basta, não nos conformamos", os manifestantes mostraram assim o seu desacordo em relação à lei aprovada na última sexta-feira e que antecipa a possibilidade de mudança de género dos 18 para os 16 anos, sem necessidade de relatório médico.

Convocada nas redes sociais, a vigília juntou poucas pessoas e durante pouco tempo, tendo os organizadores entregado na Presidência uma carta a pedir que Marcelo Rebelo de Sousa vete a lei.

"Acreditamos que Marcelo Rebelo de Sousa vai olhar para isto como pai, avô, cidadão e Presidente da República e perceber a nossa preocupação. Está em risco a vida de pessoas, que pode ficar destruída para sempre", disse à Lusa Sofia Guedes, uma das organizadoras da concentração.

E o principal motivo da preocupação, disse Sofia Guedes, professora, é o de que os jovens com 16 anos não têm maturidade para tomar uma decisão como a de mudança de género.

"Não podem ter carta de condução, beber álcool, votar, mas podem mudar de sexo", lamentou, alertando depois: "quando se cria oferta gera-se procura".

Sofia Guedes, que diz ser solidária e compreender os casos reais de necessidade de mudança de género, teme que com esta lei a mudança de género se faça sem pensar, se faça até por moda, embora na verdade seja um processo que tem "repercussões graves" no futuro do jovem e da família.

"Não somos solidários com a banalização da possibilidade. Preocupa-me a ligeireza com que se podem tomar decisões sem responsabilidade. Com 16 anos é-se ainda uma criança, não se tem maturidade para se decidir quase nada", disse.

Manuel Matias, que trabalha com crianças e jovens, dirigente do partido Cidadania e Democracia Cristã, em declarações à Lusa também considerou "inconcebível que leis que ponham em causa um jovem sejam aprovadas assim pelo Parlamento português".

"Trabalho com jovens e, com 16 anos, um jovem não tem capacidade nem maturidade para tomar decisões para a vida", disse, acrescentando que nessa idade o cérebro está ainda em construção, e considerando que a lei só foi aprovada porque há um Governo "fragilizado" por partidos que impõem "barbaridades".

Defendendo o veto de Marcelo Rebelo de Sousa à lei, aprovada com os votos do PS, BE, PEV e PAN, Manuel Matias disse que "impor uma lei que exclui os médicos e a família", quando as pessoas devem ser acompanhadas, "não faz sentido".

A Associação dos Médicos Católicos Portugueses também já pediu a Marcelo Rebelo de Sousa que vete a lei, que foi elogiada por diversas associações e pelo Governo.

Comentários
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  • MASQUEGRACINHA
    19 abr, 2018 TERRADOMEIO 17:24
    Não percebo onde esteja o problema destes pais indignados, uma vez que só com a sua autorização os filhos menores de 18 anos poderão mudar de sexo - aliás tal como trabalhar, ou casar, para o que nem a lei, nem os pais indignados acham que falte "maturidade". Qual será, afinal, o verdadeiro problema destas pessoas? Terem que ser elas a dizer "não" aos filhos, olhos nos olhos? Uma vez que nenhuma lei vai obrigá-los a dar a necessária autorização, terão que assumir frontalmente perante os filhos o que pensam, seja que lhes falte maturidade, seja que mudar de sexo é uma aberração, sejam as duas coisas ao mesmo tempo. Não terão o conforto da desculpa da proibição legal, terão que ser eles mesmos a decidir e a assumir a sua decisão. E é esse o problema, até porque não pode ser outro. Daí, talvez, que fossem tão poucos e por pouco tempo...
  • João Lopes
    19 abr, 2018 Viseu 09:40
    JASaraiva escreveu no Sol: «Se todas as intrusões na natureza são perigosas, estas (mudanças de sexo) são criminosas – porque significam experiências limite feitas com pessoas. Criam uns entes desgraçados, uns despojos humanos que serão sempre olhados de lado pela sociedade e ostracizados… estas operações deveriam ser pura e simplesmente proibidas. As pessoas que são vítimas delas tornam-se depois umas infelizes – porque não são carne nem peixe». Concordo!
  • George Baker
    19 abr, 2018 Kiev.. 08:14
    Com meios militares e financeiros o poder popular era secundado com um ataque aquele preverso parlamento, tendo a mesma sorte que tiveram mesquitas medieval no Iraque com a invasão americana..!!

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