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Théo Boer

“As pessoas querem eutanásia porque têm medo de uma morte terrível. Temos de afastar esse medo”

23 abr, 2018 - 16:29 • Susana Madureira Martins

Professor holandês que fez parte da comissão de acompanhamento da morte assistida no seu país esteve em Lisboa, deixando avisos sobre os riscos da legalização da eutanásia.

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Théo Boer é a favor da eutanásia em casos excecionais, mas devido à experiência holandesa aconselha os outros países a não irem por esse caminho.

Professor e investigador em Bioética, este holandês fez parte da comissão de acompanhamento da eutanásia no seu país entre 2005 e 2014.

Em Lisboa para falar sobre o assunto numa conferência organizada pela Universidade Católica Portuguesa e pela campanha Toda a Vida tem Dignidade, o médico deu uma curta entrevista à Renascença, na qual fez questão de ressaltar que o debate contínuo sobre os cuidados paliativos não pode ser esquecido nem minimizado.

Quais os perigos de legalizar a eutanásia?

A Holanda foi o primeiro país a legalizar a eutanásia e o que temos visto é que, desde há décadas, talvez 20 anos, o nosso país habituou-se à eutanásia de tal maneira que os números continuam a multiplicar-se e a eutanásia tornou-se uma forma pré-determinada de morrer. Nunca tivemos intenção que assim fosse.

Acha que em Portugal corremos o mesmo perigo?

Só há uma maneira de descobrir, que é olhando para o exemplo holandês. Tivemos esta discussão durante 40 anos e o que vemos agora é, provavelmente, o que vão ver daqui a 20 ou 30 anos: uma aceitação generalizada da eutanásia.

Acha que a Comissão Europeia ou a União europeia devem discutir este assunto?

Não, não acho. Acho que cabe a cada Estado-membro, mas é de todo o interesse que os cuidados paliativos sejam debatidos em todos os nossos países, porque uma das principais razões pelas quais as pessoas querem a eutanásia é porque têm medo de uma morte terrível. Temos de afastar esse medo.

Aqui em Portugal também se discute a hipótese de um referendo sobre a legalização da eutanásia. Defende ou não que se decida desse modo?

Não ficaria satisfeito com um referendo. Se tivessem um referendo sobre impostos mais baixos ou mais dias de férias, toda a gente votaria a favor, mas acho que este é um assunto tão complicado que precisamos de um bom debate parlamentar com pessoas que conheçam as experiências de outros países.

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  • maria vitória freire
    28 mai, 2018 Portugal 22:37
    Quem concorda com a eutanásia que se mate a ele Portugal ficaria livre desses abutres que só pensam em fazer mal, pois não têm amor ao próximo nem a Deus mas apenas ao ódio, poder, e dinheiro.
  • Anónimo
    24 abr, 2018 02:58
    É curioso que a Rádio Renascença, meio de comunicação da Igreja Católica, já deve ter escrito uns 500 artigos anti-eutanásia. Procurem ser mais imparciais, caso contrário dediquem-se às missas!
  • Anónimo
    24 abr, 2018 02:57
    João Lopes = troll pago.
  • João Lopes
    23 abr, 2018 Viseu 21:11
    A defesa da vida, em todas as circunstâncias, é a defesa da humanidade. Os promotores da cultura da morte − aborto e eutanásia − atentam contra a dignidade da pessoa humana: são os "bárbaros" e os "monstros" destes tempos… A eutanásia e o suicídio assistido são diferentes formas de matar. Os médicos e os enfermeiros existem para defender a vida humana e não para matar nem serem cúm-plices do crime de outros...
  • fanã
    23 abr, 2018 aveiro 18:45
    "afastar esse medo " ........... Não se trata de afastar esse medo com paninhos quentes e falta de estruturas adequadas ao acompanhamento de fim de Vida . Coisa que todos os mais diversos Governos negligenciaram , portanto enquanto Serviços de Cuidados Paliativos e Continuados dignos , com acessibilidade real para todos não existirem . Muitas pessoas estarão em sofrimento e morrem com MEDO !.. nem todos tem posses para clínicas privadas onde se faz o necessário !

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